sexta-feira, agosto 22, 2014

Novas tecnologias em alta no mercado de trabalho

Outra aposta para o futuro são os empregos na área de sustentabilidade e gestão de projetos
Bruno Estrela, 25, apostou em uma 'carreira verde'  (Oswaldo Reis/Esp. CB/D.A Press)
Bruno Estrela, 25, apostou em uma "carreira verde"
 

Ingressar no mercado de trabalho de maneira eficiente é um desafio que demanda dos candidatos preparação, cuidados com a formação, preenchimento correto do currículo e até a atualização constante do círculo social.

Especialistas em recrutamento e pesquisas de consultorias lançadas no decorrer do ano garantem: há vagas disponíveis em quase todos os setores da economia. Percepção endossada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que revelou: no primeiro trimestre de 2014, foram criadas 1,7 milhões de novas vagas de emprego no Brasil. O dado é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada no mês de julho.

Na lista das profissões que mais crescem no dentro e fora do Brasil, destacam-se as carreiras ligadas à tecnologia, sustentabilidade e fiscalização, além das chamadas profissões verdes (como engenharia ambiental e agronomia). “Em todos os segmentos, da construção civil à arquitetura, não só em indústrias, mas em todas as empresas. Agora, todo mundo se preocupa em colocar esse pensamento sustentável na pauta estratégica da instituição”, analisa Vanderli Frare, coordenadora da pós-graduação em Gestão Estratégica de Pessoas do Ibmec-DF.


O problema é que mesmo em áreas tidas como positivas e aquecidas pelo mercado, faltam boas oportunidades de emprego. A saturação de profissionais graduados nos grandes centros urbanos ajuda a criar grupos de estudantes que se formam, mas não conseguem os empregos prometidos. É o caso de Bruno Estrela Morais, 25, formado em Engenharia Ambiental pela Universidade Católica de Brasília.

Estrela concluiu o curso em 2013, mas não conseguiu vaga na área desejada. “A questão ambiental está, sim, em evidência", admite o recém-formado. "O problema é que as empresas não querem pagar um engenheiro para gerir seus programas de responsabilidade ambiental. Elas estão contratando técnicos que assumem as funções de um engenheiro, por um custo bem menor. Com isso, faltam boas oportunidades para quem se qualifica”.

Capacitação


Em vez de ficar parado ou dedicado somente a procurar emprego, Estrela decidiu se especializar. Semanalmente, ele viaja para Goiânia, onde cursa uma pós-graduação em Tratamento de Resíduos Sólidos e Líquidos. Em paralelo, tem ajudado a namorada em um estande de vendas na Feira dos Goianos, em Taguatinga. “Estou no rumo certo”, garante.

A atitude do recém-formado é vista como correta pelos especialistas e citada, ainda, como a melhor maneira de driblar a concorrência entre profissionais da mesma área. “A economia está patinando e a indústria está sofrendo com a baixa venda. Quando o cenário econômico vai mal, as empresas demitem e se vê que é o segmento de serviços que mais sustenta as contratações: varejo, lojas, e também a educação. É nesse momento que o profissional precisa se destacar e, então, é quando procura escolas de idiomas, cursos técnicos, pós-graduações”, explica Vanderli.

quinta-feira, agosto 21, 2014

Justiça condena racista


Médico que xingou funcionária negra pagará R$ 50 mil por danos moraisO valor, estipulado pelo TJDFT, deve ser acrescido de juros e correção monetária



As investigações revelaram que Heverton acumulava várias acusações por injúria, conforme publicou o Correio (Ed Alves/CB/D.A Press)
As investigações revelaram que Heverton acumulava várias acusações por injúria, conforme publicou o Correio


O médico que em abril de 2012 protagonizou crime de injúria racial por agredir verbalmente uma funcionária de um cinema em um shopping da Asa Norte foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) a pagar R$ 50 mil à vítima. O valor, por danos morais, deve ser acrescido de juros e correção monetária. A decisão da juíza da 12ª Vara Cível de Brasília também determina que Heverton Octacílio de Campos Menezes deverá ressarcir Marina Serafim dos Reis, hoje com 28 anos, das despesas com advogados. A magistrada considerou que o agressor denegriu a imagem da vítima em público e causou-lhe constrangimento.

O crime aconteceu em 29 de abril de 2012, quando o médico Heverton Menezes, então com 62 anos, chegou à bilheteria do cinema atrasado para comprar o tíquete do filme Habemus Papam. Ele queria passar à frente das pessoas que estavam na fila. Diante da recusa da bilheteira Marina dos Reis, com 25 anos à época, o homem se irritou e agrediu verbalmente a moça. “Seu lugar não é aqui, lidando com gente. Você deveria estar na África, cuidando de orangotangos”, disse o médico. Quem estava no local se revoltou com os insultos. Eles acionaram os seguranças do centro comercial e o médico fugiu correndo.

Segundo a juíza, a forma com que o homem destratou a vítima demonstrou um sentimento de superioridade tanto em relação a cor da pele quanto pela condição social. A magistrada destaca também que a repercussão do caso na mídia mostrou o sentimento de indignação coletiva diante da conduta abusiva do médico. “Tal comportamento é altamente reprovável, notadamente nos dias de hoje, em que o ordenamento jurídico é visto à luz dos direitos humanos. (...) A proteção conferida à dignidade da autora, nesse sentido, encontra respaldo não somente no nosso ordenamento jurídico, mas também nos protocolos de direito internacional”, define.