sexta-feira, dezembro 30, 2016

2017!

O blog deseja a todos (as) Happy New Year!
Prospero Año Nuevo!
Bonne Année!
Gutes Neus Jahr!
Felice Anno Nuovo!
Gelukkig Nieuwjaar!
Szczęśliwego Nowego Roku!
Carlos Coqueiro deseja a todos um feliz ano novo! 

quarta-feira, dezembro 28, 2016

Mineração melhor em 2016


As maiores empresas do setor mineral (BHP Billiton, Rio Tinto, Vale e Glencore) deverão obter lucro somado de 26 bilhões de dólares no semestre que terminará neste mês. Será então o maior valor em dois anos, e 40% superior ao resultado do primeiro semestre, segundo estimativas da agência de notícias americana Bloomberg.
Esse desempenho se deve aos preços de praticamente todas as commodities minerais, que se recuperaram dos níveis mais baixos em muitos anos, provocados por cortes na produção e demanda mais forte, com a consequente redução dos excedentes. A expectativa é que a temporada de ganhos continue.
Analistas projetam lucros maiores em 2017. Preveem que se o setor de construção na China, maior consumidor de metais, permanecer aquecido, a recuperação da procura deve persistir. Essa perspectiva é questionada, porque a China pode reverter sua política de usar menos carvão e porque as minas de minério de ferro estão expandindo a capacidade.
Em fevereiro, a australiana BHP, maior mineradora do mundo, deverá divulgar lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização de US$ 8,5 bilhões nos seis meses encerrados em 31 de dezembro, cerca de 35% acima do período entre janeiro e junho.
Segundo previsões de analistas, as quatro maiores mineradoras do mundo devem apresentar lucro conjunto de US$ 27 bilhões no primeiro semestre de 2017. É uma recuperação consistente ou apenas um soprar de ventos favoráveis de curta duração?
A resposta interessa à Amazônia, ao Pará e aos seus municípios mineradores, principalmente Canaã dos Carajás, Parauapebas, Ourilândia do Norte, Curionópolis, Paragominas e Oriximiná. Lúcio Flávio Pinto.

terça-feira, dezembro 27, 2016

Terra sonâmbula

O que faz andar a estrada?

É o sonho.

Enquanto a gente sonhar

a estrada permanecerá viva.

É para isso que servem os caminhos,

para nos fazerem parentes do futuro.

(Mia Couto – Terra Sonâmbula, 2007)

Tudo muda!



Muda o superficial

Muda também o profundo

Muda o modo de pensar

Muda tudo neste mundo

Muda o clima com os anos

Muda o pastor e seu rebanho

E assim como tudo muda

Que eu mude não é estranho

Muda o mais fino brilhante

De mão em mão seu brilho

Muda o ninho o passarinho

Muda o sentimento um amante

Muda o rumo o caminhante

Ainda que isto lhe cause dano

E assim como tudo muda

Que eu mude não é estranho

Muda o sol sua direção

Quando a noite o subsiste

Muda a planta e se veste

De verde na primavera

Muda a pelagem a fera

Muda o cabelo o ancião

E assim como tudo muda

Que eu mude não é estranho

Mas não muda meu amor

Por mais longe que eu me encontre

Nem a recordação nem a dor

De meu povo e de minha gente

O que mudou ontem

Terá que mudar amanhã

Assim como eu mudo

Nesta terra tão longínqua

Muda tudo muda

Muda tudo muda...

Mas não muda meu amor.

(Mercedes Sosa y Julio Numhauser)

domingo, dezembro 25, 2016

Natal dos covardes!




O que diriam os pregadores da intolerância, os obreiros do justiçamento, os apóstolos do olho por olho dente por dente sobre um homem que manifestou seu amor por um ladrão condenado e lhe prometeu o paraíso? Brandiriam o velho sermonário: bandido bom é bandido morto?
Hoje, quase todos os brasileiros, inclusive os cônscios moralistas da violência que amarram adolescentes em postes para linchá-los, se reunirão com suas famílias para celebrar mais uma vez o nascimento desse homem.
Sujeito, aliás, que respondeu à provocação: está com pena? Então, leva para casa! Pois, é. Jesus Cristo prometeu levar o ladrão para casa. "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso", diz o evangelho de Lucas.
Jesus optou pelos oprimidos e renegados, pelos miseráveis, leprosos, prostitutas, bandidos. Solidarizou-se com o refugo da sociedade em que viveu, contestou a ordem que os excluiu.
O Cristo bíblico foi um dos primeiros e mais inspiradores defensores dos direitos humanos e morreu por isso. Foi perseguido, supliciado e executado pelo Império Romano para servir de exemplo.
Assim como servem de exemplo os jovens que são espancados e crucificados em postes, na ilusão de que a violência se resolve com violência. Conhecemos a mensagem cristã, mas preferimos a prática romana. Somos os algozes.
Questiono-me sobre o que seria dele em nossa Jerusalém de justiceiros. Não sei se sobreviveria. É perigoso defender a tolerância, o amor ao próximo e o perdão quando o ódio é tão banal. Como escreveu Guimarães Rosa: "quando vier, que venha armado".
Não é difícil imaginar por onde ele andaria. Sem dúvida, não estaria com os fariseus que conclamam a violência e fazem negócios, inclusive políticos, em seu nome.
Caminharia pelos presídios, centros de amnésia da nossa desumanidade, onde entulhamos aqueles que descartamos e queremos esquecer, os leprosos do século 21. Impediria que homossexuais fossem apedrejados, mulheres violentadas e jovens negros linchados em praça pública. Estaria com os favelados, sertanejos, sem tetos e sem terras.
Por ironia, no próximo Natal, aqueles que defendem a redução da maioridade penal, pregam o endurecimento do sistema prisional, sonham com a pena de morte e fingem não ver os crimes praticados pelo Estado contra os pobres receberão um condenado em suas casas.
Diante da mesa farta, espero que as ideias e a história desse homem sirvam, pelo menos, como uma provocação à reflexão. Paulo Freire dizia que amar é um ato de coragem. Deixemos então o ódio para os covardes.
Marcelo Freixo

segunda-feira, dezembro 19, 2016

Crise, de quem é a culpa?


Os Estados brasileiros estão em crise.
De quem é a culpa?
Dos políticos corruptos e dos empresários que não querem pagar impostos.
A Odebrecht comprou medidas provisórias que resultaram em renúncia fiscal.
O Rio Grande do Sul tem um déficit estimado para 2017 de três bilhões ( o governo fala em cinco bilhões para assustar, pois essa é a sua técnica, semear o pânico para ferrar a plebe).
As isenções fiscais chegam a nove bilhões.
Por que não reduzi-las pela metade?
Porque os empresários vão embora.
A guerra fiscal é o mal que assola o país.
Sem contar a sonegação.
A guerra fiscal é a mágica que faz encolher Estado.
Sem impostos não há receita.
Sem receita não há Estado.
Sem Estado não há serviços.
Tudo é privatizado.
Paga quem tem recursos.
A guerra fiscal é o golpe total.
Atende a dois mitos da mídia: menos impostos e menos Estado.
O governo Temer, o pior que o Brasil já teve, quer obrigar cada um a trabalhar até morrer e que implantar jornadas de trabalho intermitentes, com horários e dias flexíveis.
O trabalhador ficará sempre à disposição do patrão.
Só um governo não eleito pode propor algo assim.
Kakfa não teria imaginado um cenário tão sem saída.
Depois do kafkiano, o temeriano.
Os especialistas do absurdo dizem que essa é a tendência.
Só não explicam o sucesso de países como a Suécia.
A Suécia é um péssimo exemplo para o mundo.
Cobra muito imposto, dá muita proteção aos trabalhadores e oferece muito resultado.
Qual é a mágica: políticos honestos, população consciente e elite não canibal.
Fácil!
Juremir Machado

Saturação




Estou farto de ler no poeta
(e de ouvir da prosaica Patrícia)
A sua crítica ao burguês
que vive na absoluta surdez
a louvar o que não ouve.

De minha parte, estou farto
(um pouco mais e será meu parto)
do reacionário bem comportado
que perora na mídia contra os vândalos
E só ataca com ardor certos escândalos.

Estou farto dos homens responsáveis
que, defendendo a empregabilidade,
a sensatez e a tal da governabilidade,
dormem tranquilos em torres de vidro e aço
erguidas sob  escombros de pele e osso
com a pobreza esfolando até o pescoço.

Estou farto do grande empreiteiro,
do demagogo e do marqueteiro,
dos governos de coalizão,
dos governantes sem ação,
dos formadores de opinião,
dos senhores engravatados
comendo churrasco e sushi
e dirigindo seus camionetões.

Estou farto da política sem utopia
dos ideais cuidadosamente mesquinhos
e do projeto sem gozo nem emancipação.

Estou farto da novela das nove,
do futebol das dez e das horas vazias
Por  não ter ido à marcha das vadias.
Estou farto!

Farto dos derivativos e dos mercados sem futuro,
Farto da volta da inflação e dos saltos no escuro,
Farto dos times jogando com três volantes
e dos livros silenciosos nas estantes,
dos discursos de bom senso dos especialistas
das teses dos sociólogos e dos economistas
dos ataques da polícia e do batalhão de choque
do gás de pimenta, balas de borracha e toque,
Toque de encurralar na velhice do imaginário.

Estou farto dos que não saem do armário
e ainda cobram dos outros que durmam de touca.

Estou farto da retórica bem comportada
dos que aconselham a fazer o que não fazem
limitando-se solenemente a soltar gazes
enquanto trivialmente estouram champanhe.

Estou farto dos preços das passagens de ônibus,
das críticas ao bolsa-família e às cotas,
do escritor que fala do umbigo
e ganha prêmios como trigo
(um trigal simulando o ouro adornando uma bolsa de couro)
por ter sido obscuro como pão queimado.

Estou farto dos saudosos da ditadura
e dos corruptos que nunca levam uma dura.

Só o que me lava a alma são esses manifestantes
reclamando o possível em nome do impossível
e pondo de joelho os postes de cada governo.

Estou farto de mim,
De mim e do Alckmin,
De mim e do Haddad,
De mim e da falsidade.

Estou farto do reacionário bem comportado
que não deixa mudar o mundo por educação.

Não se mexe no que dá tão certo por estar errado.

Estou farto do antipetista fanático
que se acha não ideológico e fantástico
enquanto destila bílis e mesquinharia.

Estou farto dessa tola engenharia
que prega o fim de direita e esquerda
como um triunfo da sua ideologia.

Estou farto dos que tentam me cooptar
Enganar, embrulhar, adaptar, empalar.

Estar farto de ser isto e aquilo
como um almoço por quilo:
anteontem eu era de direita,
Ontem eu era petista,
Hoje, sou PSOL.
Amanhã estarei no formol?

Estou farto de reacionários fakes
e dos tantos fakes reacionários
Que me elogiam por conveniência
tentando ler o que eu não digo
quando só estou comendo um figo.
Estou farto de estar farto.
Estou farto dessa fartura.
Espero estar longe do infarto.
E perto de uma goiabada com queijo. Juremir Machado

quinta-feira, dezembro 15, 2016

Brasil, país do passado!


Que país é este?
O velho Brasil dos bacharéis, dos doutores e dos coronéis.
Um empresário e seus executivos delatam meio mundo.
Atola na lama a cúpula do governo Temer.
A outra metade política do país já estava submersa na sua lama particular.
Um tesoureiro do PT admite a prática de contabilidade informal.
A cadeia fez dele um cara mais sincero.
Aqueles que ontem denunciavam o caixa dois como fonte de corrupção e repasse de propina agora o tratam com normal e chamam de hipocrisia denunciar as ajudinhas por baixo do pano.
Ministros de Temer, cravejados de delações mortais, resistem como moribundos.
O povo, na sua douta ignorância, murmura: todos iguais.
Balbucia: tudo farinha do mesmo saco.
Engole em seco: cambada…
A cúpula corre perigo?
Talvez.
Pode ser que um dia a plebe comece a berrar! Juremir Machado