domingo, outubro 06, 2013

Golden versus Unimed


Troca de plano de saúde pune 195 mil conveniados individuais no paísUnimed-Rio assume clientes individuais da Golden Cross, inclusive os do DF, mas redes conveniadas são diferentes. MP investigará




Os 195 mil beneficiários dos planos de saúde individuais da Golden Cross estão enfrentando sérias dificuldades para conseguir atendimento. Eles foram transferidos para a Unimed-Rio, que comprou a carteira da operadora no início de setembro, mas ainda não conseguiu incorporá-los à sua rede. A morosidade desse processo já deixou milhares de pacientes sem socorro. Em Brasília, usuários da Golden que necessitam de médicos ou exames têm de ter paciência ou pagar pelos serviços. Segundo relatos, os clientes não foram avisados sobre a mudança de operadora nem como seria o procedimento daqui para a frente.

Eudo espera mais de sete horas para operadora autorizar atendimento ao filho Murilo, de 5 anos: 'Um tormento' (Bruno Peres/CB/DA Press)
Eudo espera mais de sete horas para operadora autorizar atendimento ao filho Murilo, de 5 anos: "Um tormento"


A venda dos planos individuais da Golden para a Unimed-Rio e os transtornos enfrentados pelos consumidores chamaram a atenção do Ministério Público Federal, que decidiu abrir inquérito para investigar a operação. Os procuradores querem saber o porquê de as empresas estarem saindo desse segmento do mercado. Das 17 empresas que vendiam convênios individuais, 11 suspenderam a comercialização desse tipo de planos. Com isso, as pessoas estão sendo empurradas para sistema coletivos, que podem reajustar os valores das mensalidades sem autorização da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).



O representante comercial Eudo Rodrigues, 46 anos, cliente da Golden, sentiu na pele as dificuldades. Com o filho Murilo, 5, doente, levou sete horas para conseguir da Unimed-Rio uma autorização de consulta. Ele contou que passou momentos de aflição entre as idas ao Pronto Atendimento Infantil de Brasília e as ligações à operadora, que não atendia os telefonemas. “Quando finalmente consegui falar com a Unimed, a funcionária disse que não podia fazer nada. Já tinha resolvido pagar um médico quando eles solucionaram o problema”, contou.

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