Primeiros classificados no MPU e Câmara dos Deputados contam como conquistaram a carreira dos sonhos
Além dos dois órgãos, aprovados também conquistaram vagas na Antaq, TJDFT, Ministério da Fazenda, DPDF, CBM/DF e PCPI
23/01/2015 09:10 | Atualização: 23/01/2015 09:31
Sílvia Mendonça
Mayara já era servidora da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) há três anos, quando decidiu voltar a estudar para concursos. “Sentia que estava perdendo tempo. Eu podia conquistar algo melhor e não queria ficar parada”, lembra. A volta aos estudos foi puxada: ela trabalhava oito horas por dia, fazia cursinho à noite e ainda aproveitava qualquer tempo livre, inclusive a hora de almoço, para ler materiais na Internet. “Estudava, em média, seis horas líquidas por dia. Já na reta final para o MPU, tirei férias e chegava à 12 horas por dia”, conta.
Antes de engatar os estudos no MPU, o foco de Mayara era o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Prova feita, a servidora decidiu aproveitar as disciplinas já estudas para vencer outros editais. “Pude pegar só as matérias específicas que faltavam. Consegui cobrir o edital completo do MPU e isso fez toda a diferença”, garante. A partir daí, foi uma aprovação atrás da outra.
Além do TJDFT e MPU, Mayara ainda foi classificada para o Ministério da Fazenda – onde assumiu o cargo de assistente técnico administrativo por quatro meses antes de partir para a Procuradoria Geral da República (PGR) como analista, onde está até hoje. Em seguida, vieram as aprovações na Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF), Advocacia-Geral da União (AGU) e Câmara dos Deputados. “Foi um período muito intenso. Queria passar logo e me esforcei, tanto que o resultado veio mais rápido”, orgulha-se.
A ambição não para por aí. Apesar de aguardar ansiosa a nomeação para o cargo de promotora de justiça na AGU, Mayara ainda almeja a carreira de procuradora da República no próprio MPU. “Entrar como analista no órgão foi o ideal, porque pude conhecer de perto a carreira e ter certeza de que é isso que quero para minha vida profissional”, constata.
Apesar da alegria de alcançar suas metas, Mayara ressalta que o caminho foi árduo. “Olhando de fora parece que foi muito fácil porque passei rápido, mas para mim, que estava vivendo, não foi simples”, recorda. “Abdiquei de quase todo lazer, só frequentava aniversários de família e amigos próximos, porque não dava para fugir. Lembro que levei meu livro de direito do consumidor para o aniversário do meu sogro. Não dá para abrir mão de tempo de estudo, mas você verá que valeu a pena”, incentiva.
Um dos métodos da jovem para se concentrar 100% nos livros era marcar as horas, minutos e segundos de estudo com um cronômetro. “Sempre que me distraia pausava. Meu marido odeia meu cronômetro, porque se ele fosse falar comigo eu pausava e depois voltava. Senão a gente rouba e acaba se dispersando”, conta. “As pessoas esperam que caia do céu. Quando eu concorri a DPDF, cada fase batia um desespero, porque uma é muito diferente da outra. Entrei no cursinho e eles me ajudaram bastante, mas não pode desesperar. O tempo é suficiente, tem que ter paciência, esperança e correr atrás”, aconselha.
No caso de André, a carreira em segurança pública sempre foi um sonho. “Fiz direito pensando em concurso para delegado”, conta. Ele já era servidor do Corpo de Bombeiros do DF desde 2000, mas não parou de estudar. Em 2010, conseguiu aprovação na Polícia Civil do Piauí, no tão esperado cargo de delegado. Chegou a realizar o curso de formação e ser nomeado, mas, como o primeiro filho estava a caminho, decidiu se dedicar à família e permanecer em Brasília. “Nesse período, de 2010 a 2014, quando tive meus dois filhos, parei de estudar completamente”, lembra.
Quando o edital da Câmara dos Deputados saiu, em 2014, foi um colega de André quem propôs a volta aos estudos. “Vi que eu já conhecia várias disciplinas e era uma ótima oportunidade. Unia qualidade de vida e salário excelente”, analisa. Ele decidiu encarar o edital e passou os três meses seguintes com a cara nos livros. No inicio, estudava, em média, dez horas diárias. “Eu trabalhava no Colégio Militar Dom Pedro Segundo, entrava às 6h e saia às 12h30. Só almoçava e depois estudava o dia inteiro”, recorda.
Faltando um mês para a prova, assim como Mayara, André tirou férias. “Minha esposa viajou com nossos filhos para a Bahia e eu fiquei em Brasília. Acordava às 6h e ia dormir só à 0h, estudando o dia inteiro, com pequenas pausas para comer”, relata. O servidor chegou a fazer diversos cursinhos presenciais ao longo dos anos, mas para a Câmara o método escolhido foi vídeo-aula e materiais em PDF. “É essencial que você estude com materiais de qualidade e tenha determinação e disciplina”, aconselha.
Já empossado, André conta que o cargo de agente de polícia legislativa superou as expectativas. “Não pretendo fazer mais concursos. Mesmo formado em direito, nunca tive pretensão de trabalhar em tribunais. Na área policial, não encontrarei oportunidade melhor”, acredita. “Meu foco sempre foi proporcionar qualidade de vida para minha família, então não poderia ter escolhido melhor”, pondera.
Próximos concursos
Nesta sexta-feira (23/1), o MPU abre as inscrições do recém-lançado certame com 25 vagas imediatas e formação de cadastro reserva. O prazo segue aberto até 11 de fevereiro, pelo site do Centro de Seleções e Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB). Ainda dá tempo de estudar: as provas serão aplicadas, para todos os postos, no dia 22 de março. Os cargos oferecidos são de analista e técnico, com salários que chegam a R$ 8.178,06. Para ler mais sobre o concurso, clique aqui.
Outra novidade boa é que a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados confirmou ao CorreioWebque autorizou a realização de um novo concurso para a Casa. De acordo com o ato 149, de 9 de dezembro de 2014, haverá chances de nível superior e médio. Segundo a Diretoria Geral da Câmara, o edital deverá sair após fevereiro deste ano.
Os cargos, porém, já foram definidos. Para analista legislativo, com salário inicial de R$ 17.684,43, haverá vagas de técnicos em documentação e informação legislativa, técnico em material e patrimônio, assistente social, e analista de informática legislativa. Para o cargo de técnico legislativo, com remuneração inicial de R$ 11.545,65, a área será de assistência administrativa
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