quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Rondônia inicia revolução

O processo de definição e consolidação da Política de Formação Inicial e Continuada no Estado foi iniciado na quarta-feira (8) pelo governo de Rondônia, com as palestras proferidas pelo educador português António Sampaio Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa, realizada das 14 às 18h, no auditório do Instituto Luterano de Ensino Superior (Ulbra), em Porto Velho.
Rondônia inicia processo de revolução da educação

Foram dois temas: “Organizar as Escolas para o Sucesso da Aprendizagem”, destinado aos gestores escolares, e o segundo “Formação Continuada de Professores e Melhoria do Ensino”, ministrado nesta quinta-feira (9), das 8h às 12h, voltado aos técnicos da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), dirigentes do Sintero, Undime, Conselhos Estaduais e Municipais de Educação, representantes de faculdades e universidades e das agências formadoras e empregadoras, a exemplo do Sistema S. Ao receber em seu gabinete o professor-doutor Nóvoa, que estava acompanhado do secretário Júlio Olivar; da diretora-pedagógica, Raquel Volpato; e professores da Universidade Federal de Rondônia (Unir), o governador Confúcio Moura falou sobre sua proposta de revolucionar a educação em Rondônia, alegando que o ponto crítico já atingiu o limite máximo da escala negativa, com 68% dos alunos do ensino médio evadidos, enquanto a maioria dos que cursam o ensino fundamental recebe o certificado de conclusão sem saber ler e interpretar textos. O resultado, segundo o governador, é refletido primeiro nas faculdades, com os alunos pagando alguém para elaborar seus trabalhos; depois nas empresas e, principalmente, nas instituições públicas, com profissionais despreparados. “Professor, a verdade é que gastamos muito, sem retorno”, desabafou Confúcio. Ao ser indagado sobre as causas e se o problema tinha mais ênfase em Rondônia, o governador lembrou que a educação já foi muito boa no País (inclusive ele é produto das escolas públicas), mas a partir do governo FHC, com a universalização da educação, a situação tomou outro contorno com a explosão da inclusão. Em Rondônia, segundo ele, existe ausência do Estado na zona rural, enquanto que nas cidades as escolas não são motivantes, não têm atrativos, são aulas monótonas que contribuem com a evasão.Para o reitor, assim como para o governador, a revolução só acontecerá com a formação de professores e a interação entre as escolas e a universidade. Nóvoa citou como exemplo uma decisão dele na instituição que administra, quando colocou em letras grandes a palavra ‘Univercidade’ com “c” mesmo, como forma de mostrar que a universidade está ligada, ou seja, aberta à comunidade. O governador lembrou que já houve parceria da Unir com o Estado para a formação de professores leigos, em governos anteriores, mas foi interrompida por problemas administrativos na Unir. Ele ainda falou sobre a Fundação Estadual de Pesquisa, que deverá ser implantada em breve, com foco nas pesquisas orientadas para resultados econômicos, estabelecendo metas e os setores a ser explorados. Ao final ele presenteou o governador com o livro de sua autoria “Professores, Imagens do Futuro Presente”. Entre os 150 livros dele, estão “Profissão professor”, “Vida de professor: organização escolar em análise” e o “Regresso dos professores”. Esse último dedicado a professores brasileiros.

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