sábado, dezembro 20, 2014

Sem festança!

Justiça barra edital de realização da festa de fim de ano na Esplanada

TJDFT defere liminar que suspende três pregões da tradicional comemoração de Réveillon. Decisão prevê multa de R$ 100 mil para o governo em cada, caso governo a descumpra. Cabe recurso

 
    

A 8ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal deferiu liminar que suspende três pregões para licitação da festa de fim de ano na Esplanada dos Ministérios. A decisão impede o governo de realizar tradicional comemoração e prevê multa de R$ 100 mil em cada um deles, caso o GDF a descumpra. 

O pedido, feito pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) na última terça-feira (16/12), vem em meio a uma crise generalizada na capital federal. O MP entende que o gasto com as festas, orçado inicialmente em mais de R$ 2 milhões, pode afetar o desempenho em áreas como saúde e educação.



Na decisão, a juíza responsável pelo caso registrou que a atual situação de caos do DF não é compatível com o gasto da festa de fim de ano. "Ora, com o caos que se instalou na cidade, especialmente no que se refere à saúde, educação, transporte público, limpeza urbana, pagamento de salários de servidores públicos e terceirizados, além dos problemas decorrentes das fortes chuvas nos últimos dias, não há motivos para gastos tão elevados com festas em detrimento dos serviços básicos de que necessita a população do Distrito federal”, relatou.

quarta-feira, dezembro 10, 2014

Santo Natal!


Presépios e outros símbolos de Natal começam a tomar conta da capitalA encenação do nascimento de Jesus enfeita casas, edifícios e pontos turísticos e encanta gente de todas as idades, principalmente à noite



Quando se aproxima a celebração de Natal, as casas e as ruas começam a ficar enfeitadas. Papais Noéis, laços de fita, bolas coloridas e muitas luzes. Além dos enfeites nas residências e nas quadras da cidade, os presépios, uma encenação do nascimento de Jesus Cristo, tornam a tradição natalina completa. Uma volta por Brasília, entre as quadras do Plano Piloto e do Sudoeste ou mesmo em igrejas e em pontos turísticos, eles se destacam e despertam a curiosidade. Principalmente à noite.

Para relembrar o nascimento do Menino Jesus e celebrar o tempo de vida e de transformação do Natal, a síndica Cristina Joana, 54 anos, decidiu revitalizar o presépio do Bloco E da Quadra 306 do Sudoeste. Depois de quatro anos de uso, a representação estava desgastada. Ela, então, contratou uma empresa para instalar a nova iluminação. O prédio virou atração turística, principalmente para as crianças. “É uma forma de darmos um brilho na vida corrida que levamos. Além disso, cada figura ali representa uma passagem da Bíblia”, explicou. Quando lançou a ideia de revitalizar o presépio, houve bastante aceitação por parte dos moradores. “Tinha gente até perguntando quando íamos montar e querendo que começasse logo no fim de novembro”, comentou.

DF

Cabeleireiros buscam formalidade em mercado que gira R$ 350 milhões por mêsDos mais de 20 mil funcionários de salões, 80% atuam informalmente. Sindicato da categoria planeja campanha para denunciar irregularidades e pressionar patrões.

terça-feira, dezembro 09, 2014

Magia do Natal

Brasilienses trabalham com dedicação para fazer a magia do Natal acontecerO clima natalino começa só em novembro, mas os preparativos duram praticamente todo o ano. 

segunda-feira, dezembro 08, 2014

Volta às aulas.

Atenção ao comprar material escolarSegundo leis distrital e federal, famílias não devem pagar por itens de uso coletivo, e as escolas não podem indicar marca de produto nem papelaria.

domingo, dezembro 07, 2014

Existe vida no entorno do DF

Estimulado pelo aumento da classe C, Entorno do DF vira imã de shoppingsÁguas Lindas é a mais recente cidade da região a receber um. Valparaíso, Luziânia e Alexânia também têm. A instalação de centros de compras fora das capitais é uma realidade nacional



Mais populosa cidade do Entorno do Distrito Federal, marcada pela violência, pela pobreza e pelo crescimento desordenado, Águas Lindas (GO) começa a desfrutar dos confortos da ascensão econômica das classes C e D. Ainda sem um grande edifício, a cidade de 180 mil habitantes ganhou recentemente o primeiro shopping center. E, com ele, as primeiras escadas rolantes, o primeiro estacionamento com segurança privada, a primeira loja de departamentos, as primeiras salas de cinema e as primeiras lanchonetes fast-food. As mesmas experiências vivenciam os moradores de Luziânia e Alexânia, também goianas e vizinhas de Brasília.

As três cidades seguem o fenômeno nacional da interiorização dos shoppings. No fim de 2014, 50,9% das unidades em operação no país estão fora dos grandes centros urbanos. São 264 no interior, ante 254 em capitais. Há 20 anos, 85% estavam nas principais cidades. O Entorno conta com quatro estabelecimentos. Um quinto está nos planos de uma empreiteira brasiliense para ser construído entre Planaltina e Formosa (GO). Da clientela dos 47 shoppings do Centro-Oeste, 35% são da classe C, 37% pertencem à classe B e 28% à classe A. Os dados vêm da Associação das Empresas de Shopping Centers (Abrasce).

'Aqui tem tudo, é o ponto de encontro da galera. E podemos ir ao cinema e ficar conversando 
na praça de alimentação até tarde, sem preocupação, no ar-condicionado'

Ronaldo Matheus, 
17 anos (Bruno Peres/CB/D.A Press)
"Aqui tem tudo, é o ponto de encontro da galera. E podemos ir ao cinema e ficar conversando na praça de alimentação até tarde, sem preocupação, no ar-condicionado" Ronaldo Matheus, 17 anos


Assim como Águas Lindas, Luziânia e Alexânia, Valparaíso, na divisa com o DF, tem shopping. Primeiro da região, inaugurado em 1993, já passou por expansão. Sob nova administração, de um grupo goiano dono de nove shoppings, todos no interior, foi remodelado em 2008. Com cerca de 100 lojas, o empreendimento é o único de grande porte no Entorno Sul (Valparaíso, Luziânia, Gama, Novo Gama, Santa Maria, Cidade Ocidental e Cristalina), região com cerca de 900 mil habitantes.

Dos quatro shoppings do Entorno, três foram inaugurados em 2012, o que, segundo o professor do Ibmec-DF e doutor em administração Bento Alves da Costa Filho, mostra que a tendência é nova na região. Essa migração, lembra ele, começou nos anos 2000, em São Paulo. “Até o início dos anos 2000, a maioria da população brasileira pertencia à classe D, pobre. Hoje, o país é formado por uma classe média, baixa, mas classe média. E os investidores viram uma oportunidade de negócio”, explica Costa Filho.

O custo-benefício oferecido pelo interior também foi colocado no cálculo dos empresários. Ao contrário dos grandes centros urbanos, que apontam a tendência de saturação, as cidades menores têm mais oferta de terrenos e menos concorrência. “Nas capitais, os preços dos imóveis são altos e exigem investimento pesado para manutenção do empreendimento no mercado. Isso também contou para esse movimento de interiorização dos shoppings”, analisa.

Esse é o caso do outlet instalado em Alexânia. Distante 92km de Brasília, é o primeiro do tipo no DF e no Entorno. A ideia inicial dos investidores era colocar o estabelecimento no perímetro do Distrito Federal, mas a burocracia e o preço dos imóveis levou o investimento para uma cidade menor, com 25 mil moradores.

O presidente da Abrasce, Luiz Fernando Veiga, afirma que a tendência de aumento do número de shoppings fora das capitais é natural, pois o interior ainda tem muito mercado a ser explorado. “Além disso, hoje, para você construir um shopping em uma cidade como São Paulo, você precisa fazer compensações ambientais, viárias etc. No interior, as prefeituras nos recebem de braços abertos, porque um shopping gera emprego, impostos e valoriza a região”, opina.

Segurança

Outro fator que coloca as cidades do interior na mira dos empresários de shopping é a violência urbana, também presente nos municípios menores. Com o perigo nas ruas, o ambiente de segurança criado por um shopping passou a atrair os consumidores. “Quando falamos no Entorno, essa situação de violência torna-se mais evidente. Como as pessoas que vivem nessa região tiveram uma ascensão econômica, elas querem consumir, mas com segurança”, afirma Costa Filho.

A segurança é um dos motivos que levam Ronaldo Matheus, 17 anos, e a vizinha Poliana Yasmin, 26, a visitarem o shopping de Águas Lindas ao menos duas vezes por semana. “Aqui tem tudo, é o ponto de encontro da galera. E podemos ir ao cinema e ficar conversando na praça de alimentação até tarde, sem preocupação, no ar-condicionado”, destaca Ronaldo. “O shopping é o nosso principal ponto de compras e de lazer”, completa Poliana, mãe de três crianças. “Aqui, só falta uma loja de brinquedos”, observa.

O shopping de Águas Lindas tem proporcionado outro movimento novo. Antes uma cidade-dormitório, o município hoje recebe moradores do Distrito Federal que trabalham no centro comercial. Caso de Irene Oliveira, gerente-geral da unidade de uma rede de eletrodomésticos e móveis do DF. Moradora de Ceilândia, ela leva 15 minutos de ônibus de casa ao trabalho. “Vim para cá a pedido do patrão, para puxar as vendas, pois tenho experiência. Vendemos cerca de R$ 360 mil por mês, é o melhor resultado das lojas pequenas da rede, que tem 39 estabelecimentos”, conta ela.

quinta-feira, dezembro 04, 2014

Racismo ou injúria?


#racismonunca: vítima de professor organiza manifestação contra agressõesAto será na próxima segunda-feira, na Esplanada. O intuito é denunciar e exigir do Poder Público punição adequada aos crimes raciais



Desde que foi xingada por professor, Claudenice Chagas tem dificuldades até para dormir: 'Doeu como um tapa. Marcou demais' (Minervino Junior/CB/D.A Press)
Desde que foi xingada por professor, Claudenice Chagas tem dificuldades até para dormir: "Doeu como um tapa. Marcou demais"


Dificuldades para dormir, tristeza, medo de ser agredida e sensação de impunidade. Esses foram os traumas experimentados pela produtora de eventos Claudenice Nascimento Chagas, 30 anos, após sofrer ofensas racistas em uma boate de Águas Claras. O acusado da agressão, o professor universitário Rones Borges, 33, foi autuado em flagrante por injúria racial, mas liberado em seguida, após pagar fiança de R$ 1 mil. Quatro dias após o crime, a vítima se divide entre a necessidade de falar sobre o caso, para pedir a punição ao agressor, e a dor de reviver o momento cada vez que se lembra do rosto de Rones perguntando se ela “já se olhou no espelho” e chamando-a de “macaca” repetidas vezes.

A violência ocorreu no último domingo. Claudenice estava com a amiga e modelo Tanjara Santos Lima, 27 anos, e um policial militar. O suspeito abordou Tanjara, pediu o telefone dela e disse que a conhecia da internet. Ela não passou os contatos. O professor perguntou se poderia ficar perto dela. A produtora disse que o local era público. Inconformado com a negativa, ele encarou a promotora de eventos, que, incomodada, trocou de lugar com a amiga. Daí, o homem passou a ofendê-la, xingando-a de feia. Disse que a promotora parecia uma “macaca” e que não deveria frequentar lugares como aquele.

Claudenice ficou sem reação e começou a chorar. O policial militar, que não estava a serviço, abordou o acusado, chamou o segurança. O grupo e Rones foram para a 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul). “Eu me senti muito humilhada. Eu não tenho paz, não consigo dormir e me sinto mal a todo momento. Não consigo sequer me olhar no espelho. Estou à base de remédios”, desabafou Claudenice. Mesmo assim, a produtora de eventos quer fazer um protesto na Esplanada dos Ministérios na próxima segunda-feira.

Segundo ela, apesar de todo o mal-estar, somente as denúncias podem cessar esse tipo de agressão. “Ele me agrediu. Doeu como um tapa. Marcou demais”, recordou. Tanjara compartilha a revolta com a amiga. “Agora, temos que mostrar que pessoas como ele não têm espaço em uma sociedade igualitária. Nem todo o estudo do mundo adianta para alguém que age como ele.”

Debate racial


Segundo o professor do Instituto de Artes e membro do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros da Universidade de Brasília Nelson Inocêncio, a sensação de impunidade de Claudenice tem fundamento. Segundo ele, é comum que “delegados” menosprezem a agressão imputando ao autor o crime de injúria racial, em vez de racismo. “O racismo é pior. É inafiançável. Quando esse tipo de discriminação acontece, é evidente que existe uma postura antipática ao grupo. É preciso orientar os profissionais da área de segurança. A maneira correta não é minimizar o dano, mas punir da maneira adequada”, afirma o professor.

Para a presidente da Comissão de Direitos Humanos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do DF, Indira Quaresma, agressões como as proferidas por Rones se repetem porque o autor do crime “geralmente conta com a impunidade”. “Eles acham que a vítima não fará boletim de ocorrência.”

O secretário executivo da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, Giovanni Harvey, concorda com Nelson Inocêncio. “Há a dificuldade para as autoridades policiais de tipificar a conduta racista. Felizmente, o Ministério Público do DF e Territórios é atuante. Imagino que, com o processo, o MP consiga definir se o professor será punido por racismo ou injúria”, argumentou.

quarta-feira, dezembro 03, 2014

Painel da capital do Planalto

Mineiros dominam, entre habitantes de Brasília não nascidos na capitalEm seguida estão os cariocas. Do total de habitantes, apenas 35,14% nasceram aqui.

terça-feira, dezembro 02, 2014

Depois de 12 anos...


Hospital particular de Taguatinga, em Brasília, DF, paga R$ 429 mil por erro médicoJovem foi morta durante lipoaspiração realizada pelo ex-médico. Definição chega após mais de uma década de espera por parte dos parentes



Após 12 anos de espera, a família de uma jovem de 26 anos morta depois de fazer lipoaspiração em um hospital particular de Taguatinga receberá indenização. A unidade de saúde fechou um acordo judicial e pagará R$ 429 mil aos parentes. Em 2002, Grasiela Murta Oliveira passou pelo procedimento, mas teve complicações. Ela recebeu alta e voltou para casa, mas, uma semana depois, precisou ser internada novamente por causa de dores. Tratava-se de uma grave infecção. O médico responsável pela cirurgia, Marcelo Caron, foi condenado em 2009 a 30 anos de prisão pela morte de duas pacientes, entre elas, Grasiela.

Patrícia, irmã de Grasiela Murta Oliveira, com a mãe, Teresa: 'A justiça precisava ser feita' (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Patrícia, irmã de Grasiela Murta Oliveira, com a mãe, Teresa: "A justiça precisava ser feita"


A família de Grasiela entrou na Justiça contra o Hospital Santa Marta e Caron pedindo reparação por danos morais. A sentença saiu em 2005, e os réus, juntos, foram condenados a pagar R$ 200 mil. A juíza Theresa Barbosa entendeu que “a obrigação solidária de reparar o dano moral decorrente da morte se impõe a ambos os réus”. Para a decisão, ela usou como base uma apelação cível de 2004 que “configura responsabilidade solidária a relação entre a entidade hospitalar e o médico que presta o atendimento, pois, ao fornecer serviços, na pessoa do profissional, o hospital atua em seu próprio interesse econômico”.



A unidade de saúde recorreu da decisão, tentou todos os recursos possíveis, mas perdeu. O hospital e a família de Grasiela, então, fizeram um acordo. Do encontro realizado em 19 de novembro, ficou acertado que o Santa Marta pagaria a indenização de R$ 429 mil em quatro parcelas — valor corrigido após nove anos. A primeira foi depositada no mês passado. “A nossa ideia não é extorquir ninguém, mas a justiça precisava ser feita. A indenização vem porque é necessária, para a sociedade ver. A decisão encerra de vez essa história, mas a saudade não deixa de existir”, comentou a irmã da vítima, a servidora pública Patrícia Murta Oliveira, 42 anos, moradora do Guará.

Patrícia conta que, para a mãe, Teresa Carlota Murta de Oliveira, o acordo foi uma vitória. “Ela não imaginou que veria isso em vida. Doze anos se passaram, e a gente sabe que essas coisas demoram. O que importa é que as pessoas também foram responsáveis e aceitaram um acordo.” A servidora pública lembra que a irmã começou a sentir dores poucas horas após chegar em casa no dia seguinte à cirurgia. “Ligamos para o médico porque ela estava com febre, mas ele disse que era normal e que não havia necessidade de levá-la ao hospital. Ele também falou que, se nós a levássemos, ele não se responsabilizaria por mais nada”, contou. Uma semana depois, no entanto, a família levou Grasiela a uma unidade de saúde na Asa Sul. “Ela foi internada e morreu em 14 de fevereiro.