Hospital particular de Taguatinga, em Brasília, DF, paga R$ 429 mil por erro médicoJovem foi morta durante lipoaspiração realizada pelo ex-médico. Definição chega após mais de uma década de espera por parte dos parentes
Após 12 anos de espera, a família de uma jovem de 26 anos morta depois de fazer lipoaspiração em um hospital particular de Taguatinga receberá indenização. A unidade de saúde fechou um acordo judicial e pagará R$ 429 mil aos parentes. Em 2002, Grasiela Murta Oliveira passou pelo procedimento, mas teve complicações. Ela recebeu alta e voltou para casa, mas, uma semana depois, precisou ser internada novamente por causa de dores. Tratava-se de uma grave infecção. O médico responsável pela cirurgia, Marcelo Caron, foi condenado em 2009 a 30 anos de prisão pela morte de duas pacientes, entre elas, Grasiela.
A família de Grasiela entrou na Justiça contra o Hospital Santa Marta e Caron pedindo reparação por danos morais. A sentença saiu em 2005, e os réus, juntos, foram condenados a pagar R$ 200 mil. A juíza Theresa Barbosa entendeu que “a obrigação solidária de reparar o dano moral decorrente da morte se impõe a ambos os réus”. Para a decisão, ela usou como base uma apelação cível de 2004 que “configura responsabilidade solidária a relação entre a entidade hospitalar e o médico que presta o atendimento, pois, ao fornecer serviços, na pessoa do profissional, o hospital atua em seu próprio interesse econômico”.
A unidade de saúde recorreu da decisão, tentou todos os recursos possíveis, mas perdeu. O hospital e a família de Grasiela, então, fizeram um acordo. Do encontro realizado em 19 de novembro, ficou acertado que o Santa Marta pagaria a indenização de R$ 429 mil em quatro parcelas — valor corrigido após nove anos. A primeira foi depositada no mês passado. “A nossa ideia não é extorquir ninguém, mas a justiça precisava ser feita. A indenização vem porque é necessária, para a sociedade ver. A decisão encerra de vez essa história, mas a saudade não deixa de existir”, comentou a irmã da vítima, a servidora pública Patrícia Murta Oliveira, 42 anos, moradora do Guará.
Patrícia conta que, para a mãe, Teresa Carlota Murta de Oliveira, o acordo foi uma vitória. “Ela não imaginou que veria isso em vida. Doze anos se passaram, e a gente sabe que essas coisas demoram. O que importa é que as pessoas também foram responsáveis e aceitaram um acordo.” A servidora pública lembra que a irmã começou a sentir dores poucas horas após chegar em casa no dia seguinte à cirurgia. “Ligamos para o médico porque ela estava com febre, mas ele disse que era normal e que não havia necessidade de levá-la ao hospital. Ele também falou que, se nós a levássemos, ele não se responsabilizaria por mais nada”, contou. Uma semana depois, no entanto, a família levou Grasiela a uma unidade de saúde na Asa Sul. “Ela foi internada e morreu em 14 de fevereiro.
Patrícia, irmã de Grasiela Murta Oliveira, com a mãe, Teresa: "A justiça precisava ser feita" |
A família de Grasiela entrou na Justiça contra o Hospital Santa Marta e Caron pedindo reparação por danos morais. A sentença saiu em 2005, e os réus, juntos, foram condenados a pagar R$ 200 mil. A juíza Theresa Barbosa entendeu que “a obrigação solidária de reparar o dano moral decorrente da morte se impõe a ambos os réus”. Para a decisão, ela usou como base uma apelação cível de 2004 que “configura responsabilidade solidária a relação entre a entidade hospitalar e o médico que presta o atendimento, pois, ao fornecer serviços, na pessoa do profissional, o hospital atua em seu próprio interesse econômico”.
A unidade de saúde recorreu da decisão, tentou todos os recursos possíveis, mas perdeu. O hospital e a família de Grasiela, então, fizeram um acordo. Do encontro realizado em 19 de novembro, ficou acertado que o Santa Marta pagaria a indenização de R$ 429 mil em quatro parcelas — valor corrigido após nove anos. A primeira foi depositada no mês passado. “A nossa ideia não é extorquir ninguém, mas a justiça precisava ser feita. A indenização vem porque é necessária, para a sociedade ver. A decisão encerra de vez essa história, mas a saudade não deixa de existir”, comentou a irmã da vítima, a servidora pública Patrícia Murta Oliveira, 42 anos, moradora do Guará.
Patrícia conta que, para a mãe, Teresa Carlota Murta de Oliveira, o acordo foi uma vitória. “Ela não imaginou que veria isso em vida. Doze anos se passaram, e a gente sabe que essas coisas demoram. O que importa é que as pessoas também foram responsáveis e aceitaram um acordo.” A servidora pública lembra que a irmã começou a sentir dores poucas horas após chegar em casa no dia seguinte à cirurgia. “Ligamos para o médico porque ela estava com febre, mas ele disse que era normal e que não havia necessidade de levá-la ao hospital. Ele também falou que, se nós a levássemos, ele não se responsabilizaria por mais nada”, contou. Uma semana depois, no entanto, a família levou Grasiela a uma unidade de saúde na Asa Sul. “Ela foi internada e morreu em 14 de fevereiro.
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