quinta-feira, janeiro 11, 2018

Maconha e capitalismo


      Para começo de conversa, devo dizer que sou viciado. Em água mineral com gás. Trabalho duramente para me livrar das bolinhas. Não suporto dependência. É tudo. Por essa mesma razão, vez ou outra deixo de ser torcedor do Internacional. Nem vinho francês eu bebo há muito tempo. Levo uma vida frugal: como pouco, bebo água e só trabalho um dia por semana depois das sete da noite. Tudo isso para dizer que algo está acontecendo nos Estados Unidos. Já é o oitavo Estado a liberar o consumo recreativo de maconha. Desta vez, foi a Califórnia. Trata-se do Estado mais populoso dos Estados Unidos. O mais rico. Se fosse país, seria a sexta economia do mundo. E liberou geral. Cada pessoa adulta pode plantar seis pés em casa e comprar 28 gramas de cada vez.
Os californianos compreenderam o seguinte: a guerra contra as drogas é cara, ineficiente e inútil. Produz violência, corrupção e crime organizado. A explicação para esse fracasso está na essência da ideologia americana: o capitalismo. Se há demanda, há oferta. Não se elimina a lei da oferta e da procura por decreto. A Lei Seca, que proibia o consumo e o comércio de álcool, provou isso para sempre. Será que os californianos se esqueceram de consultar os especialistas brasileiros que sugerem aumentar a repressão e botar na prisão todos os consumidores de todos os tipos de droga? A Califórnia vai faturar em impostos, criar empregos e aquecer ainda mais a sua economia. Gastará em propaganda contra os perigos da dependência. É negócio... JM

Nenhum comentário: