"Pago uns R$ 3 por mês, e minha família tem direito a R$ 20 mil se eu morrer", afirma Paulo Silva, 46, que há três meses contratou uma apólice de seguro de vida. Paulo faz parte de um projeto de inclusão financeira que deverá levar um pouco mais de qualidade de vida às classes de menor poder aquisitivo. Trata-se da aprovação da Lei do Microsseguro, ou seja, a regulamentação de uma proteção específica para alguns tipos de riscos cujo pagamento mensal é previsto para caber no bolso da população de baixa renda. Esse processo não tem apenas cunho social. A nova legislação é bastante esperada pelos agentes financeiros. A previsão é de crescimento no volume de negócios, impulsionado também pelos seguros massificados, já em franca expansão e considerados precursores do modelo de microsseguros no país. As expectativas dos menos otimistas apontam um crescimento total da participação do setor privado de seguros de saúde, previdência e capitalização de cerca de 30% no médio e longo prazos. O setor arrecadou perto de R$ 112 bilhões no ano passado. As áreas de seguros, previdência e capitalização ficaram com R$ 94,85 bilhões desse total, alta de11% ante 2008.O potencial de mercado dos microsseguros é de cerca de 100 milhões de pessoas, o número de brasileiros que fazem parte da camada de baixa renda, segundo estimativas da Superintendência de Seguros Privados (Susep). No final da base da pirâmide, são 30 milhões. Os produtos serão semelhantes aos já existentes, mas terão menor custo. Enquanto aguardam aprovação da nova lei, empresas vão adequando linguagem, preço e distribuição aos novos produtos."A ideia é preço acessível, apólices simplificadas e com linguagem simples, ter uma cadeia eficiente de distribuição, para que os produtos alcancem essa população, e processos ágeis de indenização", diz o presidente do Sincor RO/AC, Geraldo Ramos. Os maiores bancos e as principais seguradoras do Brasil afirmam estar preparados para disputar o mercado. É caso do Bradesco. A instituição optou por não esperar a legislação para explorar o segmento e oferece seguros para as classes mais populares desde 2004. No ano passado, registrou 2,5 milhões de apólices para esse público. Hoje, do número de apólices de seguro de vida do Bradesco, 70% custam menos de R$ 10 por mês. "A regulamentação só vai potencializar uma experiência já vitoriosa". Ronseg, corretora de seguros.
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