sexta-feira, março 30, 2007

Seguros no PIB

A nova metodologia adotada pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, para o cálculo do PIB, Produto Interno Bruto, nos últimos dez anos, trouxe um certo desalento para o mercado de seguros. Isso porque os novos valores provocaram um ligeiro achatamento da participação do setor na riqueza nacional, desfazendo da noite para o dia a tendência de crescimento alardeada por boa parte das suas lideranças. Em 2006, por exemplo, a fatia correspondente ao mercado ficou em 3,17%, que sinaliza a relação entre o faturamento acumulado no exercício pelos segmentos de seguros, previdência complementar e capitalização (R$ 73,6 bilhões, segundo a Fenaseg) e o PIB calculado pelo novo método do IBGE (R$ 2,3 trilhões). Esse percentual praticamente é o mesmo registrado em 2002 (3,16%) pelos critérios anteriores. Em 2005, a participação do mercado, que era de 3,39%, segundo a Fenaseg, passa para 3,06% com a nova metodologia. O novo PIB de 2005 ficou em R$ 2,1 trilhões e o faturamento global do mercado de seguros somou R$ 65,6 bilhões. Já o percentual correspondente à participação da indústria do seguro no PIB em 2004 cai de 3,39% para 3,08%, com a mudança da base de cálculos. Naquele ano, em termos nominais, o PIB, pela nova metodologia, sobe para R$ 1,9 trilhão, enquanto a receita global do setor de seguros, previdência aberta e capitalização girou em torno de R$ 59,8 bilhões. Em 2003, segundo a Fenaseg, a fatia do setor no PIB teria chegado a 3,29%, com faturamento total de R$ 51,1 bilhões. Mas, pelo PIB revisado, que soma R$ 1,7 trilhão, aquele percentual retrocede para 3,01%. A mudança da metodologia faz de 2002 o segundo pior ano do século atual até agora em termos de participação do mercado de seguros no PIB. A fatia equivalente a receita do setor apurada naquele exercício (R$ 42,5 bilhões) na riqueza nacional caiu de 3,16% para 2,88% com a adoção do novo método (PIB de R$ 1,4 trilhão). Em 2001, quando o faturamento total do setor chegou a R$ 37,6 bilhões, a participação no PIB, que ficara em 3,14% pelos critérios anteriores, caiu para 2,90%. O pior desempenho do setor neste século foi apurado em 2000. Pela metodologia anterior, a fatia correspondente ao mercado de seguros chegara a 2,98% (receita de R$ 32,7 bilhões). Já com o novo PIB (de R$ 1,17 trilhão), esse percentual fica em apenas 2,78%. Os novos percentuais de participação do mercado de seguros no PIB não surpreenderam o presidente da Fenacor, Armando Vergilio: há algum tempo, eu venho afirmando que o nosso setor está andando de lado. Esse dado novo apenas corrobora a nossa percepção, destaca. Segundo ele, para o setor atingir um estágio de crescimento acelerado é preciso haver uma sinergia maior entre todos os segmentos do mercado, inclusive no desenvolvimento de novos produtos, que atendam às necessidades de variadas camadas da população brasileira: a massificação é fundamental, assim como a diversificação das coberturas oferecidas ao consumidor. Além disso, ele defende a redução da ingerência do poder público no mercado e a redução da carga tributária incidente sobre o setor de seguros. Por fim, Armando Vergilio assinala que a abertura no resseguro trará uma nova realidade para o mercado, contribuindo para o desenvolvimento do setor: virão novas tecnologias, produtos e serviços. Haverá também reflexos nas tarifas, o que favorecerá o consumidor final, frisa o presidente da Fenacor. Fonte: Sincor Rondônia.

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