quarta-feira, dezembro 05, 2007

Aviação regional requer investimentos

Um representante do Ministério do Turismo defendeu hoje no IX Congresso Brasileiro de Atividade Turística (Cbratur) mais investimentos na aviação regional brasileira, de forma a desconcentrar o mercado e reduzir os efeitos da crise aérea. Ele lembrou que a aviação regional já cobriu 400 cidades no País e hoje atende apenas 140 municípios.O Fórum de Secretários Estaduais de Turismo reclamou que hoje os vôos estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste e também defendeu mais investimentos na regionalização do transporte aéreo. "Muitas vezes não existe demanda para um vôo de 180 lugares, mas temos, em muitas cidades do Nordeste, demanda para vôos de 50 lugares". O Ministério do Turismo vem fazendo investimentos em alguns estados do Nordeste para permitir a chegada de mais vôos. Como exemplo de locais que já recebem investimentos, citou-se Aracati (CE), Parnaíba (PI) e a região dos Lençóis Maranhenses. A Comissão de Turismo e Desporto defendeu a regulação do setor aéreo brasileiro pelo governo. Ela é favorável a normas contra atrasos e cancelamentos de vôos.O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), no entanto, mostrou-se contrário a regulações. "O Estado não pode mudar a regulação o tempo todo, senão os investidores vão embora". Para ele, o governo deveria diminuir sua presença no setor e ouvir mais as empresas aéreas na hora de discutir regras.O representante do Ministério da Defesa no Cbratur, defendeu o pacote de medidas anunciado ontem pelo ministro Nelson Jobim para inibir os atrasos nos vôos e criar compensações para os passageiros no Brasil. Uma das medidas em estudo, lembrou, é colocar um limite de 30 minutos no atraso de um vôo. A partir daí, a empresa aérea teria que pagar uma compensação ao passageiro prejudicado.Segundo o Ministério da Defesa, atrasos e cancelamentos de vôos têm sido comuns. "Nós crescemos muito além do que crescíamos antes. Com as passagens mais baratas, mais pessoas viajaram e a infra-estrutura não acompanhou esse crescimento. Por isso, vamos gerenciar a demanda, sim, mas garantir segurança e pontualidade na prestação dos serviços". A representante do Centro de Excelência do Turismo da Universidade de Brasília (UnB), apresentou um estudo sobre o impacto do setor aéreo no turismo e na economia. Segundo ela, o setor aéreo aumentou sua participação na economia entre 2003 e 2006, passando de 0,62% para 0,86% do PIB. "Isso não é pouco, é o mesmo peso da indústria automobilística", disse. O Cbratur, que prossegue nesta tarde, é promovido pelas comissões de Turismo e Desporto da Câmara; e de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado. O tema do encontro é "O Turismo e a Crise dos Transportes no Brasil: ameaças e oportunidades". O evento ocorre no auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados, aqui em Brasília (DF).

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