segunda-feira, dezembro 03, 2007

Leilão atrai companhias

Mesmo com todas as confusões que marcam, desde o início, o processo de leilão da hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, a licitação atraiu algumas das principais companhias que atuam no setor no Brasil. As empresas que vão participar da disputa, marcada para o dia 10, acumulam na sua área de atuação significativas experiências em construção ou operação de usinas. As construtoras inscritas para o leilão - Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa - têm em seus currículos as obras das maiores hidrelétricas do País. As três participaram da construção de Itaipu (12.600 megawatts) e a Camargo e a Odebrecht, da obra de Tucuruí (8.630 MW). As empresas geradoras de energia que estão no leilão - Cemig, CPFL, Suez, Endesa e as estatais Furnas, Eletrosul e Chesf - estão entre as maiores do setor. Somente a Chesf, estatal do sistema Eletrobrás que atua principalmente no Nordeste, possui parque gerador de mais de 10 mil MW. Ela opera usinas como Paulo Afonso (4.279 MW) e Sobradinho (1 mil MW). Furnas, outra estatal - responsável, com a Odebrecht, pelos estudos de viabilidade das usinas do Madeira -, gera 9.900 MW em projetos próprios ou com parceiros, no Sudeste e Centro-Oeste. Entre as principais hidrelétricas da empresa estão Itumbiara (2 mil MW) e Marimbondo (1.440 MW). Já a Eletrosul, braço do sistema Eletrobrás para a Região Sul, havia deixado de lidar com geração em 1998 - quando suas usinas foram privatizadas e arrematadas pela Tractebel, do grupo Suez, hoje seu parceiro no leilão de Santo Antônio. No início do governo petista, porém, voltou a atuar no setor. Hoje, ela está envolvida nos projetos de construção de três hidrelétricas e quatro Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). A estatal mineira Cemig é uma das principais produtoras de energia do Brasil. A empresa opera, sozinha ou com parceiros, 6.684 MW, distribuídos entre 57 hidrelétricas, quatro térmicas e um parque eólico. A maior hidrelétrica é a de São Simão (1.710 MW), em Goiás. As geradoras privadas que estão no leilão também dispõem de parques geradores substantivos. A CPFL produz energia por meio de cinco hidrelétricas e 33 PCHs distribuídas por cinco Estados. Com os investimentos novos que estão em andamento, a empresa espera chegar, em 2010, a uma capacidade de geração de 2.174 MW. O grupo franco-belga Suez atua no Brasil por meio da controlada Tractebel. As seis hidrelétricas e cinco termoelétricas que o grupo opera, sozinho ou com sócios, somam uma potência de 6.977 MW. A espanhola Endesa, que controla as distribuidoras Ampla (RJ) e Coelce (CE), também atua na geração. A empresa opera a usina hidrelétrica de Cachoeira Dourada (658 MW), em Goiás, e a termoelétrica Endesa Fortaleza (346,5 MW). O Banco Santander, que com o Banif compõe um fundo que integra o consórcio liderado pela Odebrecht, também tem histórico na área. O banco espanhol agiu como consultor ou financiador de 11 obras de usinas hidrelétricas e térmicas.

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