quarta-feira, dezembro 12, 2007

Lula intervém para atender Cassol

Foi necessária a intervenção pessoal do presidente Lula para que, pela primeira vez o ministro da Fazenda, Guido Mantega, acenasse com a possibilidade de que o governo federal aceite discutir mais profundamente as questões da dívida do Beron e da transposição dos servidores do ex-Território Federal para a folha de pagamento da União. A ordem direta do Presidente deixou clara a intenção do Planalto em envolver o governador Ivo Cassol no esforço do Planalto em ainda cooptar o voto do senador Expedito Júnior em favor da prorrogação da CPMF. Expedito tem repetido que vai voltar contra. A única forma de fazer com que ele mude de posição seria o atendimento de algumas das principais reivindicações de Rondônia e, ainda, um pedido do governador rondoniense. Foi por isso que ontem Cassol conversou duas vezes com Mantega. Depois de uma primeira reunião com Cassol, ontem pela manhã, Mantega ouviu as reivindicações, sobre os casos do Beron e da transposição, pediu mais informações e avisou que se reuniria com sua equipe para, novamente à tarde, num segundo encontro com Cassol, definir a posição do seu Ministério sobre os dois temas.À tarde Cassol soube que os dois pleitos podem sim ser atendidos, até em função de determinação pessoal do Presidente da República. O governo federal compreendeu que sem atender as necessidades do Estado - principalmente nestes dois problemas, que causam um gasto mensal superior a R$ 20 milhões mensais aos cofres rondonienses - não teria qualquer chance de transformar o voto já declarado de Expedito contra a CPMF num voto favorável. A situação ficou muito clara depois dos encontros entre Cassol e o Ministro da Fazenda. Depois de ignorar durante pelo menos três anos os dois principais pleitos do Estado, mesmo com todas as evidências de que o pagamento feito, principalmente no caso do Beron é extremamente injusto, o ministro Guido Mantega acenou com uma solução positiva. Ontem à tarde, Cassol disse apenas que as reuniões com Mantega foram produtivas mas não deu mais detalhes. O ministro - isso o governador de Rondônia não confirma - teria pedido o empenho do chefe do governo rondoniense, no sentido de ajudar a transformar o não de Expedito Júnior num sim para a CPMF. O que ficou de concreto é que Lula entrou na jogada, deu ordens para que os dois casos - Beron e transposição - fossem analisados e resolvidos o mais urgente possível e que Mantega está seguindo todas as ordens do seu comandante. Pode ser que, depois de tanto tempo, o voto de um senador, que se tornou imprescindível para o governo no caso do CPMF - possa enfim resolver os dois temas em que a União esnobou Rondônia até agora. Tudo por um voto. Que pode ser vital, no caso da prorrogação da CPMF.

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