sábado, maio 10, 2008

Escassez de mão-de-obra

O forte crescimento do setor aéreo no Brasil nos últimos anos não trouxe problemas relacionados apenas à infra-estrutura para as empresas do setor. A escassez de mão-de-obra especializada em manutenção de aeronaves é outro efeito negativo criado pela expansão do setor. O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores de Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke, afirma que, em razão da falta de trabalhadores, os mecânicos têm trabalhado além do horário limite estabelecido para o setor, colocando em risco a segurança das aeronaves. Estimativa da Fentac mostra que seriam necessários pelo menos 20% mais profissionais que a oferta atual para atender à demanda das companhias aéreas. Klafke afirma que o número de trabalhadores da área de manutenção não cresceu no mesmo ritmo do mercado de aviação civil nos últimos anos. A falta de profissionais habilitados e capacitados para trabalhar no setor tem levado a uma disputa por trabalhadores entre as companhias aéreas e de manutenção. As empresas têm feito verdadeiros leilões pelos profissionais, diz. As regiões com maior carência de mão-de-obra são o Norte e Nordeste. Uma conseqüência do déficit de profissionais de manutenção é a sobrecarga de trabalho com horas excedentes na jornada diária, que é de seis horas para mecânicos de pista e de oito horas para mecânicos de hangar. O tempo é esse, mas muitas empresas ultrapassam o limite pela falta de funcionários, diz Klafke. Segundo o presidente da Fentac, o tempo de trabalho é regulamentado justamente porque há um alto nível de estresse na profissão. Ele avalia que um profissional sobrecarregado tende a elevar o número de falhas nos procedimentos. Apesar de não saber quantificar, Klafke afirma que há denúncias de sobrecarga de trabalho e não-cumprimento de folgas em delegacias de trabalho de todo o País. Esse é o maior problema da categoria atualmente, afirma.

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