Após anunciar a criação, por Medida Provisória, de nova estatal, a Empresa Brasileira de Seguros (EBS), o governo voltou atrás, disse o diretor da Fenacor e presidente do Sincor RO AC, Geraldo Ramos. Admitiu enviar ao Congresso um projeto de lei - o que iria esticar a tramitação, fazendo com que a nova empresa só pudesse operar já na era Dilma ou Serra. No entanto, fontes empresariais revelam que a situação poderá ser resolvida de modo mais simples, atendendo ao governo e sem agredir o setor privado. Seria criada uma agência de fomento, que bancaria parte do risco, viabilizando o seguro de grandes obras sem ampliar a estatização.O setor privado reagiu com raiva ao anúncio da nova empresa, chamada pejorativamente de Segurobrás. Para A Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNSeg), a medida é "inoportuna" e cria conflito de interesses, pondo o governo como segurador de seus próprios riscos. Mas os empresários envolvidos com grandes obras em estaleiros ou na construção de usinas como Belo Monte sabem muito bem como é difícil, ou quase impossível segurar grandes projetos e obras.- O setor privado, que lutou décadas contra o monopólio do resseguro, não quer ver o governo crescer em seguros. Mas há um vácuo no setor, pois nenhuma seguradora ou resseguradora aceita o risco de se construir uma plataforma, por alguns bilhões, em um estaleiro com situação financeira frágil, decorrente de décadas de baixo faturamento e muitas obrigações - disse uma fonte à coluna.Assim, seja através de uma empresa de seguros, ou via-agência de fomento, há forte pressão de grandes grupos privados para criação de um mecanismo que dê rapidez à securitização de mega projetos. Afinal, estima-se que só a Petrobras precise de 80 plataformas para o pré-sal - cada uma por US$ 1,5 bilhão ou até mais - e o mercado pede um sistema ágil para realização dessas obras.Nesse episódio, o ministério da Fazenda está sendo sacrificado. Pela manhã, é cobrado pelas empreiteiras e estaleiros para viabilizar o seguro de grandes projetos e, à tarde, é pressionado pelo setor de seguros - que é ligado aos poderosos bancos - para não afrontar o mercado com novas estatizações. Lula também não entende muito desse tema e já está ligado na campanha eleitoral. Com sua sensibilidade política, Lula não quer uma solução que possa prejudicar Dilma - e isso pode vir com a idéia da agência de fomento. Ronseg, corretora de seguros.
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