quarta-feira, outubro 24, 2007

Exército humilha Rondônia, segundo Cassol

Ao falar ontem à imprensa, no Palácio Getúlio Vargas, sobre a decisão do Exército em cercar a área nas imediações do Teatro Estadual de Porto Velho (RO), há mais de dez anos em construção na rua José Camacho com a Presidente, o governador Ivo Cassol disse que considera o ato" um desrespeito ao Judiciário brasileiro e uma humilhação ao povo de Rondônia, principalmente à classe artística que há décadas anseia com um espaço adequado para apresentação de espetáculos". Cassol voltou a negar que o estado tenha invadido o terreno, lembrando que antes do início da construção foi feito acordo com validade de um ano renovável por igual período sucessivamente. Ainda indignado com a atitude do Comandante da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, o governador ironizou afirmando que o general Bringel deve ter confundido o nome Ivo Cassol com o Evo Morales, presidente boliviano que recentemente, com o apoio do Exército, nacionalizou a exploração do gás e do petróleo naquele País. “O Estado não invadiu a área, não ocupou nem tomou à força. Tem uma obra iniciada há mais de dez anos no terreno cedido em comodato, desde então não houve a compra da área, e por isso buscamos a permuta por uma das muitas áreas do estado, hoje ocupadas gratuitamente por órgãos federais. Se o Exército quer a área de volta, que nos indenize, pois tem dinheiro público investido lá, mas para isso busque a Justiça e não utilize a força e a truculência”, afirmou, acrescentando que enquanto os mais de 1.400 quilômetros de fronteiras com a Bolívia estão praticamente descobertos, facilitando a ação de traficantes de drogas, de armas e outros criminosos, o Exército mobiliza um grande contingente para impedir a continuidade de uma obra, de grande interesse público”. O governador explicou que o Tribunal de Justiça também iniciou as obras de construção há anos de sua nova sede, e só há alguns dias negociou com o Exército a compra do terreno. “Nem por isso, soldados foram colocados para impedir a continuidade da obra. Por isso, causa estranheza essa atitude exagerada”.

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