domingo, dezembro 09, 2007

Crise do setor aéreo afetou resultados do turismo, diz Embratur

O Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) admite que se não fosse pela crise da aviação comercial brasileira, o setor turístico poderia crescer até o dobro do registrado pela 16ª edição do Boletim de Desempenho Econômico do Turismo, realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com a Embratur. “Hoje, tem-se um crescimento do número de usuários transportados em torno de 8%. Com certeza, ele chegaria a 15%. E isso falando apenas em termos de usuários domésticos [brasileiros]”. A Embratur minimiza os transtornos para o setor turístico causados por atrasos e cancelamentos de vôos, e da percepção de insegurança após os acidentes com aviões da Gol e da TAM, e diz que "é preciso desmitificar" a chamada crise do setor aéreo, que, segundo avalia, foi um reflexo da incapacidade das empresas aéreas de atender a demanda represada. “Se houvesse mais aviões, mais brasileiros estariam viajando”. Mas para a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), é necessário ver o resultado da pesquisa com ressalvas. A atual conjuntura é boa para o setor e reconhece que o Ministério do Turismo tem feito um bom trabalho ao divulgar o país no exterior e promover o turismo doméstico, mas cobra do governo uma solução para os entraves que desencorajam as pessoas a viajar, como os problemas de infra-estrutura nos aeroportos. Segundo o estudo da FGV-Ebape (Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas) as menores expectativas de contratação foram registradas justamente entre as operadoras de turismo. Enquanto 100% das empresas aéreas ouvidas disseram ter intenção de contratar mais trabalhadores, as agências disseram que vão ter que demitir. A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih) cita dados da ocupação da rede hoteleira do Ceará para refutar os números do estudo. “Em 2007 teremos uma queda entre 6% e 8%, comparando com 2006”. A média estadual de ocupação, em 2005, foi de 65% dos quartos. Em 2006, o percentual caiu para 60%. “Em 2007, acredita-se que deveremos fechar na faixa de 54%, o que é mais ou menos a realidade de toda a Região Nordeste”. A situação dos aeroportos brasileiros gerou uma situação de insegurança que se estendeu durante todo o ano. “Isso desmotivou demais os turistas a viajar. Principalmente para longas distâncias”. Com a valorização do real, muitos brasileiros optaram por viajar para o exterior, o que prejudicou o setor hoteleiro.

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