terça-feira, julho 29, 2008

Da fome

Faça com que sua fome se transforme em seu alimento. Você só pode tomar uma decisão - e perseverar nela - se esta decisão for muito importante para a sua vida. Certas coisas são apenas caprichos, desejos que passam no dia seguinte. Mas há coisas sem as quais não podemos passar: amor e esperança, por exemplo. Você só obtém o que quer quando precisa disto para viver. Não adianta forçar uma situação, desperdiçando energia inutilmente. É preciso ter fome, saber que - sem o que deseja - não viverá por muito tempo.Henry James compara a experiência a uma imensa teia de aranha, espalhada a nossa volta - que é capaz de pegar não só aquilo que é necessário, mas também a poeira que está no ar.Muitas vezes o que chamamos “experiência” nada mais é que a soma de nossas derrotas. Então, olhamos para frente com o medo de quem já cometeu bastantes equívocos na vida - e não temos coragem de dar o próximo passo. Neste momento é bom lembrar as palavras de Lord Salisbury: “se você acreditar totalmente nos médicos, vai achar que tudo faz mal a saúde. Se acreditar totalmente nos teólogos, vai se convencer que tudo é pecado. Se acreditar totalmente nos militares, concluirá que nada é absolutamente seguro. Para evitar isto, escute seu coração”. Há momentos, durante uma conversa, que nos surpreendemos com belos argumentos que saíram de nossa boca sem que tivéssemos pensado antes. “Que inteligência!”, pensamos.Há momentos, durante uma conversa, em que temos tudo planejado para dizer - e de repente, algo nos paralisa, e os outros vencem a discussão. “Que estupidez!”, pensamos. Alegremo-nos: somos um grande mistério para nós mesmos! Temos nossos momentos brilhantes. Temos nossos momentos estúpidos. Não dá para organizar a vida num Manual de Instruções. A única coisa que precisamos conservar é a ética espiritual; nossas ações não devem, de jeito nenhum, causar dano aos outros. Afora isto, lutemos para continuar assim: surpresos com nossas atitudes. Porque isto nos dá liberdade de agir além de nossos limites. (Paulo Coelho).

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