As conseqüências das mudanças climáticas estão atingindo em cheio os cofres das companhias de seguros. Nos últimos 30 anos, a média de pagamentos de sinistros por conta de desastres climáticos, como tempestades e enchentes, aumentou 15 vezes. Em 2005, o setor teve perdas de aproximadamente US$ 60 bilhões em decorrência de catástrofes naturais. E a previsão para o futuro é de que os gastos com sinistros dessa natureza continuem aumentando. Pesquisa apresentada pela Allianz Seguros esta semana, durante o Fórum Internacional de Seguros, promovido pela empresa em São Paulo, estima que a média de perdas das seguradoras, entre 2010 e 2019 seja de US$ 41 bilhões ao ano. De acordo com Lutz Cleemann, coordenador da pesquisa e chairman da Allianz para o desenvolvimento sustentável, o pico de perdas nesse período pode atingir US$ 100 bilhões. “Não estamos inventando problemas. Dados científicos comprovam as mudanças. Houve um aumento no número de desastres naturais como tempestades, inundações, secas”, destaca Cleemann. O presidente da Allianz, Max Thiermann, acredita que o mercado segurador deve produzir estudos científicos e acadêmicos sobre o tema para ajudar as empresas a evitar prejuízos. A Allianz fechou uma parceria com a WWF para realizar esse tipo de pesquisas. “As mudanças climáticas eram pouco consideradas nos cálculos das seguradoras. Agora, as previsões futuras estão sendo utilizadas para avaliar o risco”, acrescenta Cleemann. Os gastos das seguradoras com o pagamento de sinistros não têm acompanhado o crescimento da venda de apólices. Em 2007, o setor cresceu globalmente apenas 3,3%. O coordenador da pesquisa defende que as companhias de seguro criem alternativas para reduzir os riscos e incentivar as empresas a adotarem tecnologias menos agressivas ao meio ambiente. No futuro, ele acredita que será possível dar descontos nas apólices, por exemplo, a consumidores que utilizem veículos cuja emissão de gás carbônico na atmosfera seja reduzida. Karen Suassuna, analista do Programa de Mudanças Climáticas e Energia da WWF Brasil, esclarece que ainda não há dados precisos sobre os impactos das mudanças do clima na economia no Brasil. Porém, destaca que os mapas de chuva e temperatura elaborados a partir de dados históricos mostram que os dias serão mais quentes e mais secos, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, a partir de 2071. “Destruir a Floresta Amazônica, por exemplo, significa prejudicar o ciclo de chuvas no sul da América Latina, onde há grande produção de grãos. Então, conter os impactos das mudanças não interessa só à preservação do planeta, mas aos setores ligados ao desenvolvimento do país”, enfatiza. A Allianz e a WWF elaboraram um ranking que apontou os países do G8 (formado por Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos) que mais contribuem para o acontecimento de mudanças climáticas e como eles estão se preparando para atingir as metas definidas no Protocolo de Kyoto. Eles precisam assumir a responsabilidade de reduzir as emissões de gás carbônico (entre 25% e 40%). Os Estados Unidos estão no fim da lista e são os que menos adotaram políticas para reduzir a emissão e ainda possuem forte dependência de petróleo e carvão como fonte de energia. Canadá e Rússia também foram mal avaliados. Os melhores no ranking são Reino Unido, França e Alemanha. Mas eles ainda precisam acelerar as políticas para atingir as metas. Os países em desenvolvimento (o G5, formado por Brasil, China, Índia, México e África do Sul) também receberam avaliação no estudo, mas não foram colocados em ranking. O Brasil emite baixas quantidades de gás carbônico, por causa da geração de energia elétrica em hidrelétricas. As queimadas, no entanto, ainda são um desafio para o país. Consulte o seu corretor de seguros (69) 3222-0742 Ronseg, corretora de seguros.
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