segunda-feira, junho 04, 2007

Fraudes com seguros crescem e levam a perdas de R$ 5 bi

O crescimento das fraudes anda tirando o sono de executivos de muitas seguradoras. Uma pesquisa mostra que as pessoas fraudam principalmente porque sabem que não serão pegas. E, pior, se a fraude for descoberta, tem a certeza de que não serão punidas. Com isso, os prejuizos das seguradoras chegam a R$ 5 bilhões por ano no Brasil. Nos Estados Unidos, batem na casa dos US$ 24 bilhões. Nos EUA, a Accenture descobriu que um em cada quatro americanos acredita que é aceitável fraudar uma companhia de seguro. A metade dos entrevistados (49%) afirma que as pessoas cometem uma fraude, porque sabem que vão sair impunes. No Brasil, o cenário é bem parecido com o dos EUA. Com base na análise de estatísticas da Fenaseg (a federação nacional das seguradoras), a conclusão é que todo mundo sabe da existência de fraudes nas apólices. Mas nem todos estão cientes de eventuais punições se a ocorrência for descoberta. Dos entrevistados, 43% acham que não serão pegos; 24% dizem que mesmo sendo pegos, não serão punidos. Outro ponto é que poucos segurados sabem que os prejuizos causados pelo pagamento de sinistros fraudulentos acabam repercutindo no preço do seguro, destaca um responsável pela área que acompanha o setor de seguros. "O bom cliente acaba pagando pelo mal segurado",diz. Ao contrário dos EUA, as estatísticas de fraudes no mercado brasileiro ainda são muito restritas, avalia uma fonte da área de estratégia. A Fenaseg vem se esforçando para entender melhor os números. A principal reclamação é que falta uma padronização e uma metodologia única para quantificar as perdas. "É preciso um melhor compartilhamento das informações", diz. Estima-se que de 10% a 15% dos sinistros sejam fraudulentos. Deste total, apenas 1,7% é efetivamente comprovado pelas seguradoras. Com relação aos prêmios, a projeção é de que as fraudes respondam por 8%, dos quais só 1,2% é comprovado. Há dois tipos de fraudes. A primeira é quando o segurado informa um sinistro que não existiu. A segunda é quando o sinistro ocorre de fato, mas o segurado agrava e aumenta o valor das perdas. O segmento onde ocorre o maior número de fraudes é o de autos, que responde por 33% dos prêmios do seguros no Brasil. Mas o ramo vida e o de saúde também são alvos freqüentes de fraudes. Um amplo relatório da agencia de classificação de risco Standard and Poor's (58tP) sobre o setor de seguros no país, divulgado na semana passada, mostra que as companhias brasileiras estão conseguindo ser mais eficientes e melhorando o combate ús fraudes. Um dos conselhos do setor é o investimento em tecnologia, sintetiza o presidente do Sincor/RO, Geraldo Ramos.

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