A cúpula do PT avalia que, sem os 13 votos da bancada de senadores tucanos, Tião Viana deve ser batido pelo rival José Sarney (PMDB-AP). Nos últimos dias, o petismo passou a assediar o governador José Serra (São Paulo), presidenciável do PSDB mais bem-posto nas pesquisas. O PT esperava que Serra, velho desafeto de Sarney, se animasse a arregaçar as mangas por Tião. Em dois diálogos telefônicos com o próprio Tião Viana, Serra mostrou-se simpático à candidatura dele. Mas ficou nisso. Há uma semana da queda-de-braço do Senado, Serra não pediu voto a nenhum dos 13 senadores do PSDB. Mais: o governador tucano de São Paulo recomendou expressamente a pelo menos um dos mandachuvas da bancada tucana no Senado: “Tira meu nome dessa história”. Um pedido que deixa os senadores do PSDB à vontade para optar por Sarney. Para complicar, o governador mineiro Aécio Neves, outro presidenciável do PSDB, também não se animou a comprar briga com Sarney. Procurou-o o ex-governaor petista do Acre, Jorge Viana, irmão de Tião. Mas Aécio, como Serra, preferiu manter distância da arenga do Senado. Há na bancada do PSDB pelo menos cinco senadores simpáticos a Tião. O mais poderoso é Tasso Jereissati (CE). Mas, diante da indiferença de Serra e Aécio e da vontade da maioria, nem Tasso nem os demais parecem dispostos a quebrar lanças pelo candidato petista. A essa altura, as divisões do tucanato estão restritas à partilha dos cargos. Arthur Virgílio (AM) levou a Sarney um nome para a primeira vice-presidência da Casa: Marconi Perillo (PSDB-GO). Em diálogos privados, Álvaro Dias (PSDB-PR) abespinhou-se. Achava que o partido deveria ter dado preferência ao nome dele, não ao de Perillo.Álvaro Dias é, hoje, o segundo vice-presidente do Senado. Um cargo que assumiu há dois anos, meio a contragosto.Almejava a primeira vice. Mas, na ocasião, o PSDB metera-se numa composição partidária e optara por ceder a primeira vice a Tião Viana. Agora, Álvaro achava que deveria ser compensado. Entre quatro paredes, vai chiar. Mas deve mesmo ser preterido por Marconi. Se fechar com o PSDB, como tudo faz crer, Sarney estará virtualmente eleito. Além dos votos tucanos, irá ao plenário com o apoio do seu PMDB e do DEM. Como o voto é secreto, Tião ainda rumina a expectativa de obter os votos de cinco senadores do PMDB. Renan Calheiros (PMDB-AL), o centro-avante da candidatura Sarney, desdenha da aposta. Move-se para restringir a perpectiva de defecção a um mísero nome: Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
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