O que está por trás do preço do seguro de um veículo? Somente o índice de roubo do carro? Segundo a Ronseg, corretora de seguros, a composição do valor de uma apólice é bem mais complexa e envolve índices de roubos e colisões, além de perfil do motorista, entre outros. Em cidades afastadas dos grandes centros urbanos, furtos e roubos equivalem a apenas 20% do total de uma apólice. Numa análise mais simples, pode-se considerar que, se um carro se desvaloriza todo ano e sofre uma perda total por qualquer um dos eventos supracitados, não haveria por que subir o preço do seguro, e sim cair. “Esse é o comentário que mais escuto desde que entrei neste ramo. Mas a realidade não é bem essa”, garante um corretor de seguros. O profissional explica que, para os casos de sinistro em que não há danos totais, somente parciais, o automóvel precisa ser reparado com peças novas, as quais obedecem ao valor do veículo zero quilômetro. “É esse o custo considerado na composição do seguro; e não o ano de fabricação do mesmo”, afirma.Ele usa como exemplo um Chevrolet Corsa Sedan modelo 2001 que, segundo a tabela Fipe, tem preço de mercado estimado em R$ 18.278, e que tenha sido parcialmente destruído e precise trocar o capô e a longarina esquerda. Essas peças custam, respectivamente, R$ 532,25 e R$ 1.098,73. Para o modelo 2006, do mesmo Corsa Sedan, cujo valor de mercado é R$ 23.553 (29% mais caro), o valor das peças são os mesmos R$ 532,25 e R$ 1.098,73, iguais aos do modelo 2001. Assim, mesmo numa economia com baixa inflação, esse efeito de custo é repassado ao valor final dos carros novos e também às peças que os compõem, o que explica como o valor do seguro não se deprecia conforme o valor do carro. “Há também ajustes para cima ou para baixo, quando determinado modelo é mais ou menos roubado em período imediatamente anterior”, explica Geraldo Ramos, presidente do Sincor-RO. Além dos índices de roubo e colisão, o perfil do motorista também é fundamental na composição do valor de um seguro. Segundo a Ronseg, até 8 anos atrás, as seguradoras calculavam o preço do seguro de veículos apenas por modelo e macrorregião de uso. “Hoje consideram também o endereço (CEP) de pernoite e o perfil do condutor, que contempla idade, estado civil e hábitos de uso, entre outros”, explica. Ou seja, um rapaz solteiro de 23 anos pagará até 105% mais caro que um senhor de 55 anos que possua um carro de mesmo modelo e que resida na mesma região.“Essa é a fórmula encontrada para ser justo com o proprietário do veículo, concedendo-lhe benefícios ou agravando-lhe o preço de acordo com os fatores declarados no momento de contratação da apólice”, avalia um corretor de seguros. Ele reforça que não adianta alterar as informações ao preencher o perfil só para obter uma apólice mais barata. “Muitas pessoas fazem isso na tentativa de reduzir o valor da apólice. Mas, em caso de sinistro, uma vez constatada a irregularidade, o cliente perde o direito à indenização. Infelizmente esse tipo de fraude tem crescido, o que acaba encarecendo o seguro para todos”, alerta a Ronseg. Novas informações: (69) 3222-0742.
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