quinta-feira, agosto 23, 2007

Evolui o setor de seguros no país

Nos últimos 10 anos, a partir do Plano Real, o setor de seguros sofreu diversas mudanças. Em termos simplificados, comentamos a seguir algumas delas. 1) Crescimento do setor. Neste período, o segmento passou de uma base de quase 1,5% do PIB (o maior valor, quando consideramos também os setores de previdência e de capitalização) para mais de 3,0%. 2) Novos produtos em Previdência e Vida. Em 1992, a situação para a área de seguro de pessoas não era boa. As altas taxas inflacionárias intimidavam o consumidor deste mercado, que tinha muito receio de fazer qualquer investimento a longo prazo. Na prática, havia a concentração em dois tipos de produtos. Primeiro, o produto de seguro de vida (sobretudo Vida em Grupo, de curto prazo) e o plano de previdência com garantia mínima que, como o próprio nome sugere, permitia uma garantia mínima para o poupador (usualmente, uma taxa de inflação + 6% ao ano). Em termos de receita, esses negócios representavam, respectivamente, 0,13% e 0,05% do PIB. Com o Plano Real e o fim das altas taxas inflacionárias, houve o surgimento de dois produtos bastante importantes: o PGBL (inserido em Previdência, o Plano Gerador de Benefício Livre) e o VGBL (inserido em Vida, o Vida Gerador de Benefício Livre). Na área de pessoas, novos produtos, como os seguros do tipo prestamista, fizeram com que houvesse também um maior dinamismo. 3) Entrada das estrangeiras. Em 1992, apenas 8% do faturamento das seguradoras brasileiras pertenciam a grupos estrangeiros. Em 2006, estimativas indicam que este número ficou entre 35% e 40%. Esse número se deu em vários ramos de seguros, mas, em particular, pode-se destacar as áreas de previdência e de vida. 4) Saúde: queda de interesse pela área individual. Apesar do crescimento do faturamento na área de seguro-saúde, registrado nos últimos anos, tem havido um desinteresse crescente pela área de seguros individuais, pelos baixos resultados operados com esta carteira. Por exemplo, em 1992, o seguro-saúde representava 0,13% do PIB; em 2006, este número era 0,39%. Por outro lado, mais recentemente, 63% da receita deste segmento vinham da área empresarial. Em 2006, este número já era de 71%. 5) Mudança nos canais de distribuição. O mercado de corretagem vem sofrendo transformações tanto estruturais como estratégicas. Dentre os fatores principais, é interessante destacar o aumento nos canais de distribuição. No canal mais importante, os corretores independentes, fatos novos vêm ocorrendo, como a entrada de mais profissionais do sexo feminino. Por outro lado, sendo um mercado altamente competitivo, o setor das comissões sofreu ajustes nos últimos anos, com queda nas taxas. 6) Rentabilidade assimétrica das seguradoras. Um fenômeno importante no segmento das seguradoras é o perfil da sua rentabilidade. De um modo geral, ocorre a concentração dos resultados nas maiores empresas do setor. Esse fenômeno é histórico, aumentando ou diminuindo, dependendo de cada ano. Em média, em cada ano, 20% das companhias têm tido prejuízo. Essa margem, relativamente elevada, pode ser explicada por alguns fatores. Primeiro, a entrada de novas companhias, que necessitam fazer investimentos iniciais nos negócios. Segundo, a queda de rentabilidade na carteira de saúde que, pouco a pouco, porém, tem mostrado alguma melhora. Terceiro, a elevada competição no setor. Fonte: Ronseg, corretora de seguros (69) 3222-0742.

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