O ciclo de queda da taxa de juros - e, conseqüentemente, o menor retorno em aplicações de renda fixa - tem levado os investidores a reavaliarem seu portfólio de investimentos, inclusive em previdência privada. Neste cenário, as empresas começam a se preparar para atender a maior demanda por produtos que mesclem renda fixa e renda variável, como os fundos life time ou life cycle funds. Atualmente, apenas três companhias oferecem esse tipo de fundo: Icatu Hartford, Brasilprev (braço de previdência do Banco do Brasil) e, mais recentemente, Itaú Unibanco. "Lançamos esse produto por acreditarmos que ele será bem sucedido em um cenário de taxa de juros mais baixa", afirmou o Itaú Unibanco. Esses fundos são compostos por renda fixa e ações, sendo que o percentual de participação entre esses investimentos se ajusta automaticamente, ao longo do tempo de permanência do cliente no plano. Ou seja, quanto mais cedo o investidor faz o aporte neste tipo de fundo, maior a parcela de renda variável. Com o passar do tempo, à medida que se aproxima a data escolhida para o resgate dos investimentos, a composição da carteira começa a se inverter gradualmente: aumentam as aplicações mais conservadoras, o que significa menor exposição a riscos. A instituição lançou o Flex Prev Fases da Vida há seis meses e, atualmente, possui um patrimônio líquido aproximado de R$ 10 milhões. Embora o volume seja pequeno, os planos são arrojados. "Se mantido o cenário de estabilidade econômica e juros baixos, queremos que o fundo atinja 20% das nossas reservas [atualmente em R$ 40 bilhões] em 5 anos", disse. A captação líquida (arrecadação menos resgates) do produto varia entre R$ 1,2 milhão e R$ 2 milhões/mês. "Estamos numa curva ascendente de captação", afirmou. O Flex Prev Fases da Vida possui três versões (dependendo da data-alvo de recebimento do benefício) e está disponível a todos os clientes Itaú Personnalité, além de também ser vendido no varejo, desde que o cliente agende um atendimento consultivo. "Procuramos avaliar o perfil de risco e portfólio do cliente, a fim de que este saiba que está fazendo a escolha certa", ressaltou o Itaú Unibanco. De acordo com ele, o investidor deve separar entre 15% e 20% dos seus recursos disponíveis para investimento em projetos de longo prazo. Embora o Itaú Unibanco tenha ingressado neste mercado recentemente, a Icatu Hartford e a Brasilprev já vem trabalhando neste segmento há bastante tempo, embora também apostem no crescimento do produto com o atual cenário macroeconômico brasileiro. "Vimos uma demanda natural pelo produto, principalmente em função da rentabilidade apresentada por fundos", afirmou a Icatu Hartford. A companhia foi pioneira no lançamento do conceito no Brasil. O Minha Aposentadoria, que também é comercializado nas agências do Citibank [porém com outro nome] representaram 28% da captação dos planos de previdência da Icatu Hartford no 1° semestre de 2009. Na Brasilprev, que lançou de forma pioneira o produto para pessoa física em 2007, o Ciclo de Vida representa 8% da captação líquida da companhia no acumulado de janeiro a 23 de julho deste ano. A captação líquida da companhia é de R$ 2,5 bilhões, aproximadamente. "Esse movimento, de queda da taxa de juros e valorização da bolsa de valores brasileira, vem sendo amplamente favorável para fundos multimercados", disse. De acordo com ele, nem mesmo a crise afastou os investidores do produto. "Não registramos, em nenhum mês, captação líquida negativa no Ciclo de Vida", afirmou. Já a Mapfre disse preferir trabalhar de forma consultiva para os clientes. "Nossa preocupação não é ter um sistema automático, até porque o cliente pode mudar de opinião, principalmente quando falamos de longo prazo". De acordo com ela, mesmo em renda fixa é possível conseguir rentabilidade adequada com uma gestão ativa. "Acredito que esse movimento de queda da taxa de juros [atualmente fixada em 8,75% ao ano] não tenha se efetivado com clareza para o cliente. Mas ainda assim, é possível obter bons resultados em fundos de renda fixa", afirmou. "Com o atual cenário macroeconômico, o investidor terá que se habitual a comparar taxas de administração, taxas de carregamento, composição da carteira, além de pensar na política de acumulação". Fontes: Sincor RO/AC e Ronseg, corretora de seguros (69) 3222-0742.
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