Do ex-senador Marco Maciel (DEM-PE) sempre se disse que era o vice ideal para qualquer presidente da República. Conquistou a fama durante os oito anos em que foi vice de Fernando Henrique Cardoso.Ajudou-o em tudo o que pode sem cobiçar-lhe o cargo.De Maciel, antes e depois de ser vice, sempre também se disse que era dono de uma folha corrida imaculada. Político de formação conservadora, ocupante de cargos de relevo durante o regime militar de 64, dele se afastou somente no fim.Mas seu nome jamais figurou em episódios que pusessem em xeque sua honra pessoal. Nem mesmo de leve ou de forma indireta.Nada há de ilegal no fato de Maciel ter sido agora nomeado pelo prefeito Gilberto Kassab para o cargo de conselheiro da Companhia de Engenharia de Tráfego e da SPTuris, empresas que cuidam do trânsito em São Paulo. Participará de suas reuniões mensais. Embolsará R$ 12 mil.É razoável, contudo, que se ponha em dúvida o valor da contribuição que Maciel poderá dar para a melhoria do trânsito na maior cidade do país. Ele não é especialista em trânsito. Os anais do Congresso não registram discursos nem projetos de Maciel com idéias originais sobre o trânsito em São Paulo ou fora dali.A essa altura da vida, e sem nenhuma necessidade, o ex-senador corre o risco de ser apontado como alguém premiado com uma sinecura. E premiado por quem? Pelo principal líder de um partido em formação, interessado no passe futuro de Maciel.Alguns políticos ligados a Maciel em Pernambuco trocaram o DEM pelo PSD de Kassab. Por ora, Maciel ainda se mantém como presidente do Conselho Político do DEM. E se um dia ele também migrar para o PSD? O que não dirão seus adversários?(RN).
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