Não é preciso falar do recuo semântico do ministro Carlos Lupi. Deve-se reconhecer que essas coisas acontecem. Como ele mesmo disse, errar é humano. Não tinha intenção de diminuir a autoridade da presidente Dilma, muito menos provoca-la. Aceite-se o mea culpa e pronto.Agora, grave mesmo foi o posicionamento do PDT, apesar de seus líderes, repetindo o chefe, também terem dado o dito pelo não dito. Porque, no caso, agiram de má fé. Mandaram ao governo recado impossível de ser desfeito por um falso arrependimento. Chantagearam, ao ameaçar que deixariam a base parlamentar do governo se Lupi fosse demitido. O palácio do Planalto acusou o golpe, mesmo sabendo que parte da bancada não cumpriria a ameaça. Afinal, discute-se no Congresso a prorrogação da DRU, quando cada voto é essencial para a presidente Dilma.Como os demais partidos, o PDT exige a liberação de recursos para as emendas individuais ao orçamento. Deputados de todas as legendas, à curta voz, ameaçam não votar os projetos oficiais se não receberem a compensação. Mas jamais chegaram ao limite agora ultrapassado pelo partido criado por Leonel Brizola: se afastarem o nosso ministro, cairemos fora. Nem Al Capone ousou tanto com a polícia de Chicago.O pior é que, apesar do desmentido do dia seguinte, o recado foi dado. O ministério do Trabalho é uma capitania hereditária.
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