O primeiro dia de aula na Escola Estadual de Ensino Médio Anísio Teixeira, na manhã desta quarta-feira (14), foi marcado pela expectativa dos alunos em conhecer o novo modelo de educação proposto pelo governo do Estado, em tempo integral. Inaugurada na terça-feira, a escola funciona provisoriamente nos blocos 6 e 7 da Fatec, a avenida Jorge Teixeira, em Porto Velho, até a construção da sede própria no terreno que hoje abriga a estrutura do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER), na mesma avenida.
Conforme a diretora Valcélia Sampaio, por tratar-se do primeiro dia, os dois primeiros tempos foram destinados às apresentações de praxe e explanações, no auditório, sobre assuntos diversos, como o novo modelo educacional, a missão de cada um para a concretização da proposta e expansão aos demais municípios, e quem foi Anísio Teixeira, que deu nome à instituição.
São 17 professores atendendo a 250 alunos distribuídos em seis turmas, com conteúdos da grade normal de ensino no primeiro turno, das 7h30 às 11h30, e no segundo, das 13h30 às 17h45, com atividades interativas, com foco na qualidade de vida e expansão da aprendizagem, de forma que os alunos possam fazer a diferença ao concluir o ensino médio, ingressando no mercado de trabalho e, principalmente, numa instituição de ensino superior.
Como a unidade ainda está em fase de adequação de espaços, equipamentos e materiais de uso, a diretora explicou que as atividades serão desenvolvidas por etapas, inicialmente durante três tardes. Parceria ainda deverá ser firmada com a Coordenação de Esporte e Cultura da Secretaria de Estado da Educação (CEC/Seduc), para intercâmbio profissional nas áreas artístico-culturais e desportivas, assim como com instituições que dispõem de piscinas. Para que os alunos fiquem no período integral, no local serão fornecidas três alimentações (dois lanches intercalados pelo almoço).
Ainda segundo a diretora e o vice Marcos Rodrigo Veigant, o quadro de professores é formado por profissionais oriundos das escolas da rede estadual, e para se adequar à nova metodologia participaram de reuniões, elaboração e discussões de projetos.
Para a aluna Renata Lima, 15 anos, que concluiu o Ensino Fundamental na escola estadual São Luís e pretende cursar medicina, ter sido selecionada pelo critério de rendimento e comportamento para fazer parte da primeira turma da Anísio Teixeira foi bastante significativo. Ela promete muita dedicação para continuar pontuando bem, porque dependendo do que aprender terá acesso nas melhores faculdades. “Quero falar bem inglês e espanhol como se tivesse nascido nos países que falam essas línguas; quero falar bem português para me expressar melhor; saber geografia para conhecer o mundo”, afirmou a estudante centralizada no discurso do governador Confúcio Moura, que durante a inauguração da escola disse que quer vê-los falando inglês fluentemente para participarem do projeto Jovem sem Fronteira, do governo Federal; sendo engenheiros para trabalhar nas melhores funções das usinas, sanitaristas para cuidar do destino do lixo orgânico; médicos anestesistas e ortopedistas para atender à carência do Estado; e professores para a formação crítica e analítica dos futuros jovens.
Roberto Pereira, 14 anos, oriundo da escola Jesus Bulamarqui, considera que com o modelo que focaliza a formação crítica e analítica ele ganhará aprendizado para passar no vestibular para odontologia e também ser multiplicador de conhecimentos. Com 16 anos, Débora Maria Noronha, que estudou na escola Manaus, afirma que como ainda não escolheu sua profissão espera que tenha a aptidão despertada a partir de agora. “Sempre sonhei estudar em tempo integral, por isso foi muito emocionante quando soube que tinha sido classificada”.
Mary Cláudia, professora de educação física que atuou nas escolas Bom Jesus e Dom Pedro I, considera que agora é um momento importante para que sejam colocados em prática todas as discussões e conhecimentos obtidos por meio da internet e livros. “Fui atraída para esta escola pela palavra inovação. Gosto de sair da mesmice, do tradicional, e esta escola, com espaço amplo, é o lugar ideal para libertamos a mente com responsabilidade, ordem e decência”, disse a professora, completando que a equipe toda faz jus ao programa ‘Todos pela Educação’, pois na hora de estruturar a escola professores e demais funcionários não mediram esforços. “Limpamos, tiramos a poeira da mobília, montamos toda estrutura com o auxílio de funcionários da faculdade”.
Após quatro anos de trabalho na Gerência de Educação Profissional (Gepro/Seduc), Rubens Lemos, é um dos inspetores da escola. Como cursa o terceiro período de ciências sociais na Universidade Federal de Rondônia (Unir), ele acredita estar unindo o útil ao agradável, pois no lugar que trabalha poderá em breve fazer estágio
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