quinta-feira, maio 17, 2007

Carteira agrícola na Porto Seguro

Com a sua logomarca sobre a fatia de 9,1% de todos os seguros (excluídos os prêmios de saúde) e ocupando o posto de terceira maior no país no ranking de grupos, no final do 1º trimestre, a Porto Seguro S/A não demonstra muito apetite pelo setor agrícola. Mas, também, não quer ficar de fora do segmento, até aqui atendido na carteira de ramos elementares - inclui florestas e outros. «Mas (uma carteira) só como seguro agrícola, achamos que em 2008 poderá ter uma resposta», previu o diretor de Relações com Investidores, Mario Urbinati, na apresentação da Apimec-MG, na última terça-feira. No final de 2006, a companhia apresentou balanço com R$ 3,8 bilhões em prêmios auferidos e R$ 450 milhões de lucro líqüido. «Não gostamos de anunciar ações», ponderou, ao ser perguntado se após aquele prazo não haveria perda de negócios para a Porto Seguro, diante da velocidade de crescimento dos agronegócios. Por fim, concordou em apontar, numa escala de zero a dez, a probabilidade do produto agrícola da seguradora ser apresentado ao mercado em 2008: «Oito de chance». Completou que, no passado, a companhia operou contratos para cultura da maçã, no Sul do país, e que «a experiência não foi boa». A Porto Seguro ainda não percebe reflexos no mercado com a quebra de monopólio do mercado de resseguros, que era do IRB Resseguros. Urbinati acredita que, no geral, não haverá mudanças significativas imediatas para a companhia, porque ela trabalha com riscos de pequenos valores unitários - não tem grandes riscos industriais. Dados da Susep indicavam que no encerramento do primeiro trimestre - excluída a carteira de saúde e VGBL, cujos dados não foram liberados pela Anvisa -, os sete maiores grupos seguradores do país tinham 60,2% de todos os prêmios do mercado: Bradesco (11,8%), Unibanco (11,3%), Porto Seguro (9,1%), Itaú (8,4%), Sul América (8,3%), Mapfre (7,1%) e Tokio Marine (4,2%). Nos três primeiros meses do ano, a Porto Seguro teve R$ 1,001 bilhão em prêmios auferidos, 12,3% a mais que em igual período de 2006. O lucro líqüido alcançou R$ 97,3 milhões (mais 0,9%). A carteira de auto teve participação de 65,5% nos prêmios da companhia, seguido por saúde (16%), outros (7%), vida (5,4%), patrimonial (4,4%) e transporte (1,7%). No mercado segurador, a carteira de auto responde por 30,4% de todos prêmios. A carteira de auto (excluídos ônibus e caminhões) da Porto Seguro, em março, liderava o segmento nacional, com 1,5 milhão de contratos e fatia de 20,2% - 17,1% em março/2006. Depois vinham Sul América (14,7%), Bradesco (13,3%), Mapfre (7,2%), Itaú (7,1%), Tokio Marine (6,5%) e Hannover/HDI (5,3%). No balanço de janeiro-março, a Porto Seguro acumulava contratos para 330,1 pessoas seguradas (em empresas) na carteira de saúde, 1,6 milhão na seguro de vida e, 95 mil, na previdência. Em apólices dos ramos elementares, eram mais de 383 mil nos seis principais itens. A carteira de consórcios somava 39 mil contratos e, na de proteção e monitoramento de residências, estabelecimentos (comerciais e industriais) e veículos, 10 mil clientes. O patrimônio líqüido da Porto Seguro teve uma variação de 36,1% em relação ao primeiro trimestre de 2006, indo para R$ 1,632 bilhão. O gerente de RI da Porto Seguro, Alexandre Peev, destacou que teve forte influência no resultado a reavaliação de imóveis, com saldo de R$ 120 milhões. Em dezembro de 2006, a companhia vendeu sua carteira remanescente de seguro saúde individual para Amil, mantendo apenas a saúde corporativa (em grupo). Para o quadriênio 2007-10, o Grupo Porto Seguro (Portopar DTVM, Porto Seguro Consórcio, Portoseg Financiamento, Azul Seguros, Porto Seguro Proteção e Monitoramento e três controladas diretas da Porto Seguro Cia. de Seguros) programou investimentos de R$ 120 milhões na construção de quatro edifícios (60 mil metros quadrados), que atenderão escritório para área de estratégia, nova central de atendimento 24 horas e centro de processamento de dados, junto ao complexo da matriz, em São Paulo.

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