segunda-feira, maio 04, 2009

Senado: desconforto para chamar a PF

Desdobramentos dos escândalos minam soluções internas para apurar as suspeitas, mas Sarney é aconselhado por aliados a deixar os policiais de fora. Receio é perder o controle da investigação. Senado começa a semana diante de um impasse: convocar ou não órgãos externos para apurar as suspeitas de irregularidades em contratos mantidos com bancos para o crédito consignado e a existência de suposto esquema de fraudes na contratação de terceirizados. Há parlamentares que defendem a entrada da Polícia Federal no caso.O presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), é aconselhado por aliados a deixar a PF de fora, receosos de perder controle da apuração. Por ora, Sarney aposta nas apurações internas — duas sindicâncias e um inquérito na Polícia Legislativa — para dar uma resposta à opinião pública.Os desdobramentos do escândalo, no entanto, começam a minar a solução doméstica encampada por Sarney. Durante o fim de semana, o diretor da Polícia Legislativa, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, disse à imprensa que pretende ouvir, nos próximos dias, os senadores Romeu Tuma (PTB-SP) e Efraim Morais (DEM-PB), além do ex-diretor-geral Agaciel Maia.Os três foram citados pelo ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi ao falar, em entrevista à revista Época, sobre supostas irregularidades na área administrativa do Senado. Carvalho causou um grande mal-estar. Além disso, uma parcela dos senadores teme o risco de a Casa sofrer desgaste caso a apuração interna nada conclua. “O Senado tem que se preservar. Se a investigação interna não chegar a nada, ficará sob suspeita. Portanto, acho que a Polícia Federal e mesmo o Tribunal de Contas da União deveriam sim ser acionados”, opinou Álvaro Dias (PSDB-PR).O parlamentar lembrou que a PF já conduziu, em 2006, um inquérito sobre as fraudes em licitações na Casa — detalhes sobre essa investigação foram revelados pelo Correio numa série de matérias publicadas ano passado. Na ocasião, a polícia levantou suspeita sobre Agaciel Maia e o senador Efraim Morais. “Se há fatos novos, a PF pode retomar.”Ronseg, corretora de seguros (69) 3222-0742.

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