A crise afetou em cheio o mercado mundial de seguros. Os prêmios globais somaram US$ 4,3 trilhões no ano passado, queda de 2% em termos reais (descontada as taxas de inflação). Os países emergentes, porém, foram na contramão e cresceram 11% (US$ 513 bilhões). O Brasil foi um dos destaques e cresceu 8,4%, segundo levantamento de uma resseguradora, ao qual um jornalo teve acesso em primeira mão e que analisou o mercado de seguros nos principais países do mundo. A forte queda nas bolsas de valores, quebra de bancos, recessão e desemprego foram os fatores que afetaram o desempenho das vendas de seguros. Tanto o segmento vida como o não-vida (que inclui apólices como automóveis, residenciais, patrimoniais e transportes) tiveram quedas reais nos prêmios. O pior desempenho foi com os produtos de vida, com recuo de 3,5% (US$ 2,5 trilhões em prêmios). Já o não-vida teve queda de 0,8% (US$ 1,8 trilhão). Os países emergentes, ao contrário, tiveram crescimento nos dois segmentos: 15% em vida e 7% nos demais ramos. O relatório destaca que esses países foram beneficiados pelo forte crescimento econômico, principalmente no primeiro semestre de 2008, por conta da alta dos preços das commodities no mercado internacional. Considerando os países que formam a sigla Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), Rússia e Índia andaram de lado. A Rússia foi mal principalmente nos seguros de vida, com queda de 28%. Já o Brasil e China foram bem nos dois segmentos. O mercado chinês ficou com a maior expansão mundial, 41% em vida, mas ainda é um dos países onde as pessoas menos gastam com seguro, por conta da sua enorme população com baixo nível de renda. Os prêmios per capta são de US$ 105 por habitante chinês. A média mundial é de US$ 633, mas nos países desenvolvidos supera os US$ 4 mil (caso dos Estados Unidos) e bate em quase US$ 7 mil (caso do Reino Unido). O Brasil cresceu 8% em vida e 9% nos demais ramos em 2008. Já é o 17º maior mercado de seguros do mundo e o maior da América Latina. Mas assim como na China, a venda de seguros por pessoa aqui é baixa. Os prêmios somam US$ 244 por habitante, o que indica forte potencial de expansão. De olho nesse mercado, seguradoras estrangeiras resolveram ampliar as operações no mercado local. O país também atraiu resseguradoras. A perspectiva para o setor é ganhar com as obras de infraestrutura e, agora também com as obras previstas para a Copa do Mundo em 2014. O ramo vida, que é pouco desenvolvido no mercado local, também tem ganhado estímulo extra. O IRB-Brasil Re, maior ressegurador brasileiro, anunciou novos produtos para a área. Ontem, uma seguradora lançou no Brasil um seguro de vida para crianças (de zero a 13 anos) e estima um público potencial de 70 mil clientes. O adulto paga o prêmio e a criança receberá o capital segurado ao término de dez, 15 ou 20 anos, conforme seguro contratado, com valor mínimo de R$ 25 mil. A ideia é poupar para gastos com faculdade, ou o primeiro carro ou imóvel. Para 2009, a previsão dos economistas é de que o mercado de vida pode ter novamente um ano ruim e até apresentar mais uma queda real nos prêmios. A recuperação viria em 2010, acompanhando a melhora da economia global. O ramo não-vida deve ter um ano estável em 2009, para voltar a crescer em 2010 com a maior demanda das pessoas. No Brasil, as previsões de especialistas locais, de diretores do Sincor RO/AC e corretoras são de expansão na casa dos 10% para os dois segmentos. Ronseg, corretora de seguros (69) 3222-0742.
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