O professor Jesús Martín-Barbero, fundador da Cátedra Latino-americana Carlos Quijano de Comunicação, Democracia e Cidadania, levou um público de cerca de 100 pesquisadores e estudantes da área a refletir a respeito de diversas questões que fazem parte do cotidiano da região. O pesquisador disse ser grato à Colômbia por ter dado a ele a oportunidade de se tornar um cidadão latino-americano, momento a partir do qual intensificou seus estudos para as questões de comunicação no continente . “Eu nunca me senti tão bem num lugar como na UNILA. Estar numa Universidade que se constitui num projeto realmente latino-americano para mim é muito especial”, comentou.Após apresentar-se como um provocador de ideias, ele listou quatro motivos que na sua visão representam a esperança de um mundo novo para a América Latina. O primeiro deles é a democracia, capaz de trazer a política para o primeiro plano no continente. Depois a questão indígena que, como movimento, parte em busca de uma identidade para tornar-se um ator político. Seguiu então para a revolução do sexo feminino, que trava uma luta milenar contra a hegemonia masculina. Por último, ele citou os novos movimentos sociais, principalmente os impulsionados por jovens que defendem causas como o meio ambiente e o direito das minorias. “Estamos reinventando a democracia a partir desses novos atores, procurando sempre respeitar as diversidades”, disse.As cidades, o público e o conhecimento.Durante a sua exposição, Barbero avançou a discussão também a respeito do universo das cidades, que é considerado o lugar estratégico para a consolidação da democracia. E chamou a atenção para esclarecer que a chave para se fazer política está no universo público, o oposto de estatal. "O público é o lugar de entrelaçamento e de conflito do estatal e da heterogeneidade da sociedade".Ao entrar na discussão sobre a sociedade da informação, Barbero salienta que pela primeira vez as pessoas estão dando mais valor para o conhecimento em detrimento das questões materiais. “Estamos num momento de se pensar numa revolução pela política democrática, a transformação da cultura política das cidades. E promover uma mudança nos meios de produção do conhecimento, avançando do mundo dos produtos de mercado para o dos produtos realmente valiosos. Nenhuma matéria-prima é tão valiosa quanto o conhecimento”.Por fim, o catedrático salientou que os direitos humanos estão baseados em dois grandes pilares: a liberdade e a justiça. E que no mundo em que a tecnologia está cada vez mais presente na vida das pessoas, ela tende a ser a matéria-prima das transformações sociais. Programação.As atividades da Cátedra tiveram início hoje (1º) e seguem até o próximo dia 3 (quinta-feira), na sede provisória da UNILA, sempre das 9 às 12h30. O evento também é transmitido ao vivo pelo endereço http://www.unila.edu.br/?q=node/493.
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