O Sincor não pretende fazer apologia a juízos de valor e tampouco desqualificar qualquer atitude que vise o crescimento sustentado do mercado de seguros e, em especial, da categoria que representa.Aspiramos apenas o esclarecimento de três lacunas importantes abertas pela recente decisão do Banco do Brasil, que anunciou que estenderá seus negócios aos corretores de seguros. Nós não somos portadores do documento formal que informa em que bases serão estabelecidas tais relações. Para evitar interpretações errôneas, é dever desta entidade levantar algumas indagações cujas respostas, quaisquer que sejam, constituirão a base de transparência desse intento do Banco do Brasil. Sinceramente, esperamos seja em benefício do consumidor e da categoria que emprega no país mais de cerca de 220 mil pessoas, entre corretores e funcionários. A comissão de corretagem corresponde ao trabalho de intermediação e assessoria que o corretor de seguros concede ao segurado. Pergunta-se:- Qual a comissão que a Brasil Veículos pagará aos demais corretores que não sejam a BB Corretora?- Se for a de mercado, esse valor será repassado aos preços pagos pelos segurados ou será subsidiado pelo governo?- Se será repassado aos preços, o valor cobrado por um corretor comum será maior que o praticado pela BB Corretora em seu canal? O poder econômico que tem a corretora do Banco do Brasil é inegável. Quando comparada com os pequenos e médios corretores, esses praticamente desaparecem. Pergunta-se:- Um cliente do Banco do Brasil que queira fazer seu seguro através de um corretor que não BB Corretora poderá assim proceder, sem sofrer a concorrência e retaliação da BB Corretora, do Banco e da Brasil Veículos?- Em igualdade de condições entre a BB Corretora e um corretor pequeno, sem o poder econômico do Banco, será dado a este corretor o direito de preferência? Este tipo de postura, no entender do Sindicato, seria coerente com a atual preocupação do governo com um processo mais adequado de distribuição de renda. Ainda que no setor de seguros de autos, o corretor venha sofrendo pela ação predatória da corretora do banco, em total dissonância com a citada distribuição de renda.- Se não for assim, o governo então pretende destruir o pequeno corretor com uma concorrência desleal, em benefício do Banco e em detrimento da massa de 70 mil profissionais que empregam mais de 150 mil funcionários, e que vivem dos serviços de distribuição e de administração de seguros de automóvel no País (coisa que vem acontecendo até aqui!)?A BB Corretora ainda não revelou se adotará uma postura semelhante às outras seguradoras vinculadas a bancos. Pergunta-se:- As agências ou a base de dados do Banco do Brasil serão distribuídas entre os corretores de seguros a exemplo do que fazem os outros dois grandes Bancos do país? Após as respostas às perguntas formuladas, poderemos, enfim, verificar se há ou não espaço para acordo. Enquanto isso não ocorre, temos uma "abertura do Banco do Brasil" do tipo, como diz o ditado popular, "só pra inglês ver".
Nenhum comentário:
Postar um comentário