É grande o rol de senadores envolvidos, direta ou indiretamente, no escândalo da burocracia clandestina do Senado.Notícia levada nesta terça-feira (23) às páginas do Estadão pelos repórteres Leandro Colon e Rosa Costa informa:Desde 1995, pelo menos 37 senadores figuram como beneficiários ou signatários de atos secretos do Senado. Freqüentam a relação também 24 ex-senadores. O escândalo é pluripartidário. Encontram-se no caldeirão de malfeitos políticos filiados a nove legendas: PT, DEM, PMDB, PSDB, PDT, PSB, PRB, PTB e PR.Os nomes emergem de atos administrativos antigos. Documentos que permaneciam à sombra e foram publicados, com data da retroativa, nos últimos 30 dias.Nesta terça, a Mesa diretora do Senado recebe o relatório da comissão constituição em 28 de maio para esquadrinhar os atos editados em segredo.Detectaram-se cerca de 650 papéis sonegados à Opinião Pública. A prática foi coonestada por todos os presidentes e primeiros-secretários dos últimos 14 anos.José Sarney, que diz desconhecer os atos secretos, é signatário de alguns deles. Heráclito Fortes, que encomendou o levantamento, também.Eis alguns exemplos colecionados pelos repórteres:1. Em março de 2007, Lia Raquel Vaz de Souza foi transferida secretamente do gabinete de Demóstenes Torres para o de Delcídio Amaral. Lia é parente de Valdeque Vaz de Souza, um dos principais assessores de Agaciel Maia, ex-diretor-geral. Delcídio e Demóstenes afirmam que nem a conhecem.2. Documento secreto de 6 de dezembro de 1996, trata do controle de frequência dos servidores lotados nos gabinetes dos senadores.Traz a assinatura do presidente de então, José Sarney. É rubricado também pelos integrantes da Mesa da época, entre eles Renan Calheiros. 3. Em 1998, toda a Mesa presidida por Antonio Carlos Magalhães, morto em 2007 assinou a criação sigilosa de oito cargos de confiança. 4. Cinco anos mais tarde, sob Sarney, criaram-se mais 25 cargos por meio de ato administrativo secreto.5. Em 21 de fevereiro de 2005, sob a presidência de Renan Calheiros, o Senado dotou os gabinetes dos 81 senadores de sete novos cargos de confiança.Gente que entrou pela janela, sem concurso, com vencimentos mensais de R$ 9,9 mil. Tudo em segredo.6. Senadores licenciados, os ministros Edison Lobão (Minas e Energia) e Hélio Costa (Comunicações) valeram-se de atos secretos para nomear parentes e amigos.Os senadores que figuram como beneficiários de atos secretos, com ou sem o consentimento pessoal, são os seguinte:- Aldemir Santana (DEM-DF)- Antonio Carlos Júnior (DEM-BA) - Augusto Botelho (PT-RR)- Cristovam Buarque (PDT-DF)- Delcídio Amaral (PT-MS)- Demóstenes Torres (DEM-GO)- Edison Lobão (PMDB-MA)- Efraim Moraes (DEM-PB)- Epitácio Cafeteira (PTB-MA)- Fernando Collor (PTB-AL)- Geraldo Mesquita (PMDB-AC)- Gilvam Borges (PMDB-AP)- Hélio Costa (PMDB-MG) licenciado (ministro)- João Tenório (PSDB-AL)- José Sarney (PMDB-AP)- Lobão Filho (PMDB-MA)- Lúcia Vania (PSDB-GO)- Magno Malta (PR-ES)- Marcelo Crivella (PRB-RJ)- Maria do Carmo (DEM-SE)- Papaléo Paes (PSDB-AP)- Pedro Simon (PMDB-RS)- Renan Calheiros (PMDB-AL)- Roseana Sarney (PMDB-MA, hoje governadora do MA)- Sérgio Zambiasi (PTB-RS)- Serys Slhessarenko (PT-MT)- Valdir Raupp (PMDB-RO)- Wellington Salgado (PMDB-MG).Os senadores que freqüentam a lista por ter assinado, consciente ou inconscientemente, atos secretos como integrantes da Mesa diretora são:- Antonio C. Valadares (PSB-SE)- César Borges (PR-BA)- Eduardo Suplicy (PT-SP)- Garibaldi Alves (PMDB-RN)- Heráclito Fortes (DEM-PI)- Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR)- Paulo Paim (PT-RS)- Romeu Tuma (PTB-SP)- Tião Viana (PT-AC) . Levado ao pelourinho, o ex-diretor-geral Agaciel Maia dissera que os senadores não ignoravam a existência de atos não publicados. A julgar pelo tamanho da lista, parece mesmo improvável que todo o Senado ignorasse a prática. Ronseg, corretora de seguros (69) 3222-0742.
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