O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou nesta quarta-feira que desconhecia a existência de mais de 300 atos secretos de nomeações e exonerações que só agora estão sendo publicados no Boletim Administrativo da instituição, conforme informa reportagem publicada nesta quarta-feira pelo jornal "Estado de S.Paulo". Em relação à nomeação e exoneração de seu neto João Fernando Michels Gonçalves Sarney, de 22 anos, que era lotado como secretário parlamentar do gabinete do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), Sarney explicou: " A nomeação não foi secreta "- A nomeação não foi secreta. Vejam aqui o Boletim de 1º de fevereiro de 2007 com a sua nomeação. Então como a exoneração secreta poderia ajudar a me blindar de algum constrangimento? Nós mandamos publicar todos. Não tinha ideia de que isso acontecia. E negou que tenha pedido a nomeação do neto: - O que posso afirmar é que não pedi a ele (Cafeteira) a nomeação de neto para participar do seu gabinete - frisou Sarney. Cafeteira, por sua vez, também garantiu que Sarney nunca lhe pediu para que o neto fosse nomeado. Ele também alegou que não sabia que a exoneração do rapaz não havia sido publicada e orientou os jornalistas a questionarem o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), que na época da demissão presidia o Senado. " Se eu dissesse a Sarney que ia contratar o seu neto, talvez ele ficasse contra, já que esse neto nem frequenta a casa dele "- Se eu dissesse a Sarney que ia contratar o seu neto, talvez ele ficasse contra, já que esse neto nem frequenta a casa dele. Resolvi contratá-lo porque estava devendo favores ao Fernando (filho de Sarney) que havia me ajudado na reconciliação com Sarney. Quis retribuir e ofereci o cargo - justificou. O fato é que a exoneração do neto de Sarney, datada de 3 de outubro de 2008, só foi publicada recentemente, depois da descoberta pela 1ª Secretaria do Senado da existência de uma série de atos com nomeações, exonerações e até aumentos que não haviam sido publicados. Uma comissão com três servidores, nomeada pelo 1º secretário, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), tem até a próxima sexta-feira para apresentar um levantamento sobre todos esses atos secretos que só agora começaram a ser publicados. " Seria uma precipitação minha anunciar a punição de qualquer pessoa, antes de receber um parecer dessa comissão "Por enquanto, Heráclito prefere não falar em punições, embora a maioria dos atos secretos tenha deixado de ser publicados quando Agaciel Maia era diretor-geral do Senado e João Carlos Zoghbi era diretor da Secretaria de Recursos Humanos da Casa, ou seja, os responsáveis diretos pela publicação dos Boletins Administrativos. - Seria uma precipitação minha anunciar a punição de qualquer pessoa, antes de receber um parecer dessa comissão. Por enquanto, não posso nem dizer se são 300 atos, mais ou menos. Sei apenas que não são poucos. Meu objetivo é corrigir irregularidades. Não tenho compromisso com o erro - afirmou o 1º secretário. Ronseg, corretora de seguros (69) 3222-0742.
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